Santo Onofre

Santo Onofre foi um eremita que viveu no deserto em meados do século IV. Sua história chegou a nós por um discípulo, Pafnútio, que desejoso em encontrar os anacoretas do Egito, empreendeu viagem ao longo do deserto. Após uma longa viagem, já sem forças, Pafnútio viu aparecer uma figura humana de aspecto terrível: estava recoberta da cabeça aos pés apenas por longos cabelos e algumas folhas de árvore. Diante da visão, Pafnútio tentou escapar, mas logo foi apaziguado pelo chamado da criatura humana que se identificou: era um eremita chamado Onofre e que vivia no deserto, na mais completa solidão já há 70 anos. Passado o primeiro susto, Pafnútio foi acompanhado por Onofre até seu eremitério, onde passou a lhe narrar seu modo simples de vida: como se adaptava às mudanças das estações, como resistia às intempéries e como sobrevivia. Chegou a afirmar que todos os Domingos um anjo lhe levava a santa comunhão, tal era o grau de intimidade que havia atingido com o Senhor. A certo momento, Onofre comunica a Pafnútio o significado de seu encontro: “Deus te enviou aqui para que tu possas dar ao meu corpo uma conveniente sepultura, pois cheguei ao fim da minha vida terrena”. Após conceder a bênção ao visitante, Santo Onofre se ajoelhou em oração e morreu santamente. Foi então sepultado na caverna onde morava. Antes que Pafnútio retornasse, viu a caverna ruir sobre a sepultura, sinal que interpretou como a vontade de Deus que ninguém mais fosse eremita naquele lugar.