São Renato de Angers

Há a sobreposição de algumas histórias de dois santos diferentes e que convergiram na figura deste santo. Uma história nasce na Itália: em Sorrento se diz que um dos primeiros bispos dos primeiros séculos, chamado Renato, havia aparecido em visão no século IX numa gruta afastada a Santo Antonino Abade, padroeiro da cidade de Sorrento. Na França, na cidade de Angers se narra uma história que envolve outro santo: São Maurílio, bispo do V século. Esse bispo fora chamado para dar assistência a uma criança que estava agonizando. O bispo, por causa de uma celebração, acabou chegando mais tarde do que o previsto inicialmente. Ao chegar, encontrou o menino morto: ele não chegara a tempo para ministrar seu batismo. Arrependido amargamente, São Maurílio abandonou tudo para viver uma vida na humildade, como simples jardineiro. Quis, no entanto, a Providência que ele fosse reconhecido e levado pelos fiéis a desempenhar novamente o encargo de bispo. Retornando a Angers, viu o túmulo do menino que havia morrido: tomado por piedade se ajoelhou junto ao túmulo e se abandonou à oração. Inesperadamente, a terra se abriu e do túmulo emergiu o menino em plena vitalidade e todo sorridente. Esse menino agraciado com esse tremendo prodígio foi também ele destinado à santidade: tornou-se São Renato, bispo sucessor de São Maurílio; o nome Renato viria do milagre: “re-nato”, isto é: “re-nascido”. Por razões próprias da história, a casa real francesa originada em Angers teve um de seus descendentes destinado a governar uma parte da Itália: Carlos d’Anjou. Em Sorrento, a lenda de São Renato iria se fundir assim com a história de São Renato, bispo de Angers. Desse modo as histórias desses dois santos distintos acabaram agrupadas de modo a formar uma única pessoa.