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São Gualter

Frade franciscano († 1224)

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Segundo as poucas hagiografias sobre São Gualter, sabe-se que no final do século XII vivia na cidade de Lodi – na província da Lombardia, Itália – o casal Aliprando e Adelazia, que desejava imensamente ter filhos. O casal decidiu, então, fazer um voto na basílica de São Pedro, em Roma, que, se tivessem um filho o consagrariam ao serviço de Deus. As orações foram ouvidas e Gualter (ou Gualtiero) nasceu provavelmente em 1184. Em cumprimento ao voto, eles o levaram a Roma em peregrinação e depois deram-lhe uma educação adequada para a missão à qual o haviam consagrado.
Na verdade, aos quinze anos, o jovem vestiu o hábito dos frades hospitaleiros e pouco tempo depois faleceu seu pai. Gualter vendeu suas posses, distribuiu-as em esmolas aos peregrinos e aos pobres. Sua mãe entrou para um convento “para que nenhuma afeição carnal mundana a pudesse distrair dos mandamentos de Deus e do culto divino”.
Gualter foi, então para Placença oferecer seus trabalhos ao hospital São Raimundo.
Dois anos depois, retornou para Lodi para trabalhar no Hospital São Bartolomeu.
Antes de chegar aos portões de Lodi, a estrada entre Milão e Placença passava, por um lugar chamado Fanzago, pantanoso e arborizado, favorável aos ataques de salteadores. Ali mesmo Gualter pensou em erguer um hospital para ajudar peregrinos e viajantes.
Apoiado por um padre chamado Everardo, Gualter apresentou-se às autoridades municipais de Lodi e pediu-lhes a terra para construir seu hospital. Em 30 de abril de 1206, de boa vontade, os cônsules de Lodi concederam a ele e a Everardo oito polos daquela terra, para que pudessem construir o hospital da Misericórdia e uma igreja dedicada a São João e São Felipe.
O novo hospital teve um desenvolvimento florescente: “muitos irmãos, muitas irmãs e santos eremitas” se reuniram em torno do fundador. Gualter foi um exemplo de vida rigidamente ascética: andava descalço, vestia um saco, fazia muitos jejuns, rezava e distribuía muitas esmolas. Realizou também inúmeras peregrinações e alimentou contatos com outros religiosos de sua época que também tinham vida exemplar. Cuidou da construção de outros hospitais, a maioria deles nos territórios sob a jurisdição do bispo de Lodi: em Vercelli, em Tortona, em Cremona, outro ao longo da estrada para Milão, em Melegnano, no canal Vettabbia. Esses institutos se assemelhavam estruturalmente com o de Lodi. Gualter os mantinha sob controle, inspecionando-os de tempos em tempos, para que se tornassem famosos pela santidade e obras de caridade. Gualter também recebeu ajuda do arcebispo de Milão, Enrico da Settala, seu “amigo familiar e muito querido”, que o ajudou a construir a igreja anexada ao hospital da Misericórdia de Lodi.
Gualter morreu com a idade de quarenta anos, em 22 de julho, no Hospital de Santa Maria Madalena, em Rovigo, abrindo os braços em aceitação do fim. Seu funeral foi impressionante devido à presença de numerosos membros do clero e do público em geral. Também esteve presente o bispo de Lodi, Ottobello. O túmulo de Gualter foi destino de numerosas visitas e peregrinações. Inúmeros milagres foram obtidos através da intercessão do santo após sua morte e foram registrados em uma biografia, escrita na segunda metade do século XVII, por Giacomo Antônio Porro.
Em 26 de janeiro de 1384, alguns fanáticos, com a cumplicidade de certos frades crucigerianos de São Biagio, roubaram o corpo do santo, escondendo-o no próprio convento de São Biagio. No entanto, investigações rigorosas das autoridades acabaram por descobrir o paradeiro do corpo e as autoridades persuadiram os ladrões a transferir os bens roubados para a igreja vizinha de São Paulo. Concluindo, para evitar o pior, o superior de São Biagio teve que devolver os bens roubados. No dia 18 de fevereiro as relíquias voltaram à igreja da Misericórdia com uma solene procissão, com o bispo Paolo de Cadamosto e as autoridades da cidade presentes.
Mais tarde, sob o episcopado de Antônio de Bernerio (1437-1456), o corpo foi novamente transferido e colocado sob o altar-mor da cripta da catedral.
Outras transferências foram feitas pelos bispos Taverna (1579-1616), Rota em 1896 e Novati em 1946. Uma pesquisa no corpo, realizada em 1893, constatou que a cabeça do santo fora perdida. O que resta do esqueleto está, desde 1960, na paróquia de São Gualter, construída em 1843 não muito longe da antiga Igreja da Misericórdia, que fora destruída em 1856.

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