São Pio V

Antônio Ghislieri nasceu dia 17 de janeiro de 1504, em Bosco Marengo, na Província de Alexandria. Sua mãe, Domnina Auger, e seu pai, Paolo Ghislieri, pertenciam à nobreza do Ducado de Milão, que durou de 1395 a 1796, no norte da Península Itálica.
Aos quatorze anos, Antônio ingressou na Ordem dos Dominicanos, na cidade de Voghera, onde adotou o nome de Miguel (Michele). De Voghera passou a Vigevano e de lá foi designado para Bolonha.
Em 1528, estando em Gênova, foi ordenado presbítero, por Dom Innocenzo Cardeal Cybo, e logo foi designado para Pavia, onde permaneceu dezesseis anos. Foi professor de Teologia e exerceu vários cargos em sua Ordem.
De Pavia foi mandado para Parma, onde escreveu trinta teses em defesa da Cátedra de Pedro e contra as heresias de seu tempo. A Igreja vivia os dias da Contra Reforma, num esforço de renovação, reformando seus costumes e a disciplina eclesiástica. Para isto decretou o Concílio de Trento, o mais importante de todos os concílios de sua história. Frei Miguel Ghislieri, entendido como enérgico instrutor doutrinário, foi feito inquisidor em Como e Bergamo.
No ano de 1550, em Roma, foi elevado ao Comissariado da Santa Sé e, depois, bispo de Sutri e Nepi perto de Roma.
Em 1557 tornou-se cardeal, e grande inquisidor do Santo Ofício no ano seguinte. Participou da última sessão do Concílio de Trento.
Com a morte de Pio IV, o conclave se encontrou num impasse de candidaturas fortes, mas o Espírito Santo orientou os votos dos eleitores para Miguel Ghisleri, que tomou o nome de Pio V. Foi eleito aos 7 de janeiro de 1566 e coroado dez dias depois, no dia de seu aniversário de 62 anos.
Aplicou energicamente as decisões tomadas pelo Concílio de Trento, esforçando-se no sentido de restabelecer a moral e ascese espiritual da Igreja. Combateu fortemente e Reforma Protestante. Com a bula pontifícia In cœna Domini reafirmou a legitimidade e supremacia da Igreja Católica e da Cabeça Visível do Corpo. Seu curto pontificado, de seis anos apenas, deixou marca na história da Igreja. Pio V, além de supremo pastor, voltado exclusivamente para os interesses da Igreja e da fé, foi um verdadeiro santo na Sé de Pedro. É notável seu serviço aos pobres como Papa. Seu nome está intimamente ligado à execução dos decretos do Concílio de Trento. Sob seu governo fez-se a reforma do Missal e do Breviário e foi editado o Catecismo Romano. Para proteger a Itália dos erros contra a fé, deu todo apoio à Inquisição Pontifícia. Reduziu substancialmente os gastos da Sé de Roma e ordenou o ensino de Teologia Tomista nas universidades. Ordenou a residência compulsória dos clérigos e regulou os hospícios (instituição católica). Com a bula Quo Primum Tempore instituiu a Missa Tridentina, através do estabelecimento do texto da Missa e do Ofício Divino que foram a práxis litúrgica do Rito Romano até o Concílio do Vaticano II. A bula teve por finalidade, principalmente, de coibir e impedir abusos e deturpações no culto sagrado.
Ao falecer aos 68 anos, no dia 01 de maio de 1572, foi muito pranteado em Roma.
Foi beatificado cem anos depois, pelo Papa Clemente X aos 27 de abril de 1672 e canonizado por Clemente XI dia 22 de maio de 1712.