Bem-aventurados Tomás Green e Walter Pierson

O rei da Inglaterra, Henrique VIII, depois de ter se separado da Igreja Católica por motivos religiosos e, principalmente políticos, decretou uma grande perseguição contra os católicos em seu reino. Muito sofreram os católicos, principalmente o clero e as ordens religiosas. Os monges cartuxos do mosteiro de Londres, embora não se dedicassem a nenhuma atividade política, foram envolvidos na questão, do momento que ao receberem a visita de altos funcionários reais em seu mosteiro, foram intimados a aceitar o repúdio do rei à sua esposa legítima, a rainha Catarina de Aragão, e aceitar como soberana sua nova esposa, Ana Bolena. Embora isso tenha sido fonte de dissabores, os monges, não sem relutância aceitaram a questão. No entanto, logo em seguida, no ano de 1534, os monges foram igualmente intimados a jurar fidelidade ao rei, que agora se autoproclamava chefe supremo da igreja local; deste modo, eles eram solicitados a romper com qualquer vínculo de fidelidade ao papa. Quem se negasse a fazer o juramento, seria considerado réu do crime de lesa majestade, punível com a morte. Os monges se mantiveram fiéis a Roma pagaram com a própria vida, padecendo terríveis suplícios. Um deles, o padre João Houghton, prior do mosteiro de Londres, subiu até o patíbulo e proferiu palavras de perdão e confiança em Deus; apesar disso, ao ser enforcado, um dos presentes cortou a corda, de modo que ao cair por terra, ainda em vida, padre Houghton foi eviscerado e teve seu coração arrancado pelo carrasco, que o mostrou aos conselheiros do rei. Torturas semelhantes sofreram também outros monges. Dentre esses religiosos mártires, estavam Tomás Green e Walter Pierson. No dia 10 de junho de 1537 após vários sofrimentos, ambos morreram de fome no calabouço da prisão onde se encontravam.