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São Goardo 

Bispo e mártir († 843)        

Corpus Domini Orvieto

Antoine Mekary | ALETEIA

Sabemos da existência de São Goardo através de dois documentos, provavelmente datados de 840, que registram que São Goardo foi bispo de Nantes, em 837. Estes documentos são: o testamento de Aidrico, bispo de Le Mans, e uma carta capitular de Redon. No entanto, nem um nem outro fornecem dados sobre a vida de Goardo. 

Tempos depois, a igreja de São Pedro de Angers, que afirmava que guardava o corpo de Goardo, considerou-o natural da cidade de Angers. Supuseram que ele tinha nascido em uma família muito humilde e que fora confiado, ainda criança, aos cuidados do bispo de Angers, Bento, que mais tarde o faria cônego da igreja de São Pedro. Esta história pretendia ligar o santo à essa igreja, já que afirmavam ter suas relíquias. 

O falecimento de São Goardo, pelo contrário, foi muito bem registrado pela crônica de Nantes, documento datado do século XI, que reproduz um escrito do século IX, provavelmente produzido em latim por contemporâneo ou próximo de Goardo. Por essa época as incursões contínuas e cada vez mais ousadas dos normandos semearam pânico e destruição nas costas da Bretanha e chegaram a subir o Rio Loire. De fato, no dia 24 de junho de 843, festa de São João Batista, os normandos tomaram Nantes. A cidade estava lotada: os habitantes do campo e os monges de São Ermelando d’Aindre se refugiaram lá por medo dos invasores. Os invasores entraram na catedral enquanto Goardo celebrava a missa e o degolaram no altar de São Ferreolo, quando cantava o “Corações ao alto” do Prefácio. Todos os monges e leigos que estavam ao redor também foram mortos. 

No dia 30 de setembro de 843, Susano, bispo de Vannes, conseguiu consagrar novamente a catedral profanada. O destino do corpo de Goardo é desconhecido porque o pânico que se seguiu ao massacre não deixou testemunhas. Contudo, isso não impediu que a imaginação interessada de um cônego de São Pedro de Angers, no século XVI, dissesse “com certeza” que o santo mártir Goardo, havia saído da catedral, com a cabeça nas mãos, dirigindo-se diretamente para o Loire, e que dali um barco o levou, sozinho e contra a corrente, até Angers, onde somente os clérigos de São Pedro conseguiram alcançá-lo. O que é certo, porém, é que seu túmulo permaneceu na igreja de São Pedro em Angers até 1789, quando foi profanado e destruído. Apresentava a inscrição: “Humilis Gohardus, Nannetensium Pater et Martyr”.

Ocorreram duas transladações do corpo de Goardo: em 1211 e 1324. A catedral de Nantes tinha apenas uma relíquia guardada em relicário de prata com o paramento, a estola e o cálice, que se pensava serem seus até o século XVI. 

Comemorado, por causa da festa de São João Batista, no dia seguinte à sua morte, em 25 de junho, em Angers e em Nantes, ele, nesta última diocese, teve direito a um ofício próprio já no século XII.

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