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Santas Marana e Cira

Eremitas († séc.V)

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Monkey Business Images | Shutterstock

Muito do que sabemos sobre a história dos santos da Igreja primitiva vem da “História religiosa” de Teodoreto de Ciro que, em muitos casos, os conheceu pessoalmente. Nesse trabalho, o bispo e o historiador eclesiástico nos dão exemplos do que era um vasto movimento ascético monástico na Síria, do qual nossas duas santas faziam parte. Teodoreto dedica um capítulo (XXIX) a Marana e Cira que ainda eram vivas, por volta de 440, quando ele escreveu sua obra..
Segundo ele, em suas próprias palavras: “A cidade delas (de Marana e Cira) era Berea (hoje Alepo), onde eram descendentes de uma ilustre família e foram educadas de acordo com sua condição socioeconômica. No entanto, desprezando todas as vantagens que lhes eram naturalmente concedidas, elas se enclausuraram em um pequeno local perto da cidade, fazendo com que fosse selada a porta de entrada. Querendo que alguns de seus servos as imitassem nesse tipo de vida, elas pediram que construíssem uma pequena casa, adjacente ao eremitério, na qual ordenaram que morassem. Observando seus atos através de uma pequena janela, elas frequentemente os faziam praticar exercícios de oração e os inflamavam no amor de Deus. Para entrar em contato com o mundo exterior, em vez de porta, elas tinham uma pequena janela através da qual recebiam o que era necessário para viver e conversavam com as outras mulheres que vinham visitá-las apenas durante o período dos 50 dias de Páscoa, passando o resto do ano em constante silêncio. Marana era a única pessoa que falava com essas mulheres. Quanto a Cira, na verdade, ninguém nunca ouviu a menor palavra de sua boca. Cira, que era de constituição mais delicada que a irmã, vivia sempre curvada, sem ter a possibilidade de se levantar. As duas irmãs vestiam roupas tão longas que cobriam os pés e na fronte portavam uma espécie de véu que descia até a cintura e cobria completamente o rosto, as mãos e o ventre”.
Quando Teodoreto escrevera estas linhas, havia quarenta e dois anos que Marana e Cira levavam essa vida como eremitas, tornando-a ainda mais dolorosa ao carregar correntes pesadas e às vezes prolongando o jejum por quarenta dias. “Impulsionadas pelo desejo de ver os lugares sagrados que Jesus Cristo honrou com seus sofrimentos, elas foram, em jejum, à Jerusalém, comendo apenas depois de terem adorado a Deus. No entanto, em seu retorno começaram a jejuar novamente, embora demorasse nada menos que vinte dias para percorrer um longo caminho”. Em outra ocasião, foram a Isáuria, da mesma forma, visitar a igreja de Santa Tecla, a protomártir. Com o tempo, Marana e Cira não diminuíram o ritmo de vida, pelo contrário, passaram a ter um ardor implacavelmente renovado em relação à coroa que Cristo, que deveria ser colocada em suas cabeças após a vitória.
Não se sabe a data exata da morte de Marana e Cira, já que Teodoreto é a única fonte disponível.

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