Bem-aventurado Boaventura de Barcelona

Miguel Batista Gran Peris. Esse era o nome de batismo desse espanhol de Barcelona que se viu obrigado pelo pai a se casar com apenas 18 anos de idade. Embora cultivasse o desejo de ser religioso, sendo filho único de uma família de pequenos agricultores, Miguel se vê na necessidade de obedecer a seus pais já idosos, que se preocupavam com o porvir e com a continuação de sua descendência. Casa-se, mas após cerca de um ano e meio depois, para sua tristeza, sua jovem esposa acaba falecendo. É assim que, provado pelo sofrimento, ele encontra agora as forças para fazer prevalecer sua vocação: aos vinte anos de idade ingressa num convento de Frades Menores. Faz os votos e recebe o nome Frei Boaventura. Não deseja ser sacerdote. Assim como São Francisco, ele se sente profundamente indigno. Desempenha então as funções mais humildes nos conventos por onde passa: cuida da horta, é cozinheiro, enfermeiro, mendiga esmolas para o sustento da comunidade. Todas as atividades, contudo, não impedem que ele se dedique à oração e à mortificação. Sempre alegre e obediente, começa a realizar atos que algumas testemunhas qualificaram como milagrosos. Em todo caso, cultiva uma espiritualidade baseada nas primeiras inspirações do franciscanismo: obediência, pobreza, a vida simples… Começa a pregar retiros espirituais e, em certo momento, decide ir para Roma. Chegando na cidade eterna, encontra um ambiente com pessoas pobres e doentes, aflitas pelas várias epidemias que castigavam a cidade de Roma nesse período. Dedica-se a ajudar todos como pode. Sua atividade é tão grande que chegam a apelidá-lo de “o apóstolo de Roma”. Morre em Roma no dia 11 de setembro de 1684. Tinha cerca de 60 anos de idade. Logo, o povo romano começa um culto de veneração em torno da figura deste religioso espanhol que viveu sua vida com simplicidade. São Pio X, no dia 10 de junho de 1906 reconheceu suas virtudes e o proclamou bem-aventurado.