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Quinta-feira 28 Março |
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Oração do dia
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Nossa Senhora de Aparecida

Padroeira do Brasil

POPE FRANCIS OUR LADY OF APARECIDA

Ronaldo Correa via Jornada Mundial da Juventude (CC BY-NC-SA 2.0)

Santo do dia

“Sou negra, mas bela, filhas de Jerusalém…” (Ct 1,5)
As origens foram dessa grande Solenidade foram humildes: um grupo de três pescadores – Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves -, gente simples do lugar, que no afã de pescar algo que pudesse servir de comida digna para o Conde de Assumar, uma grande autoridade que representava El-Rey e que se dirigia para o Rio de Janeiro trilhando os caminhos que tantos paulistas haviam já palmilhado em sua sanha desbravadora dos sertões de um Brasil ainda por descobrir, e que passava por ali, motivou esses homens a procurar o necessário. Estavam eles ali, quem sabe há quanto tempo, em suas canoas sobre as águas do Rio Paraíba do Sul, na faina quotidiana da eterna luta contra a fome, quem sabe na esperança de “fazer bonito” e fornecer a comida para esse homem, que na cabeça do povo deveria causar um espanto extraordinário, já que com sua presença evocava o próprio Rei de Portugal, o representante de Deus para o Reino e para as colônias. Depois de um sem número de vezes jogando as redes nas águas pardacentas de um rio estéril como a figueira sem frutos da parábola evangélica, em dado momento, puxando as redes, percebem certo peso: até hoje, o coração de todo pescador chega a bater mais acelerado na esperança de, ao puxar a rede, ver um movimento e a alegria de ver o salto de um grande peixe se debatendo entre as malhas da rede. Não havia movimento, o que certamente não era bom sinal, mas em meio à sujeira do lodo das águas na rede, eis que o peso se revelava: uma estátua de uma santinha sem a cabeça. O que terão pensado esses pescadores? Não se pode saber, é certo. Talvez um misto de desconsolo e de esperança: numa terra em que os padres rareavam, o encontro de uma santa, ainda que sem cabeça, deve ter suscitado alguma emoção já que até hoje é possível admirar nos museus os oratórios portáteis que tantas pessoas traziam consigo no Brasil colonial como forma de dar expressão à sua fé. Em seguida, fato extraordinário: a cabeça da estátua veio em outra rede arremessada ao rio. Com um infinito cuidado os pescadores guardaram a pequena estátua no fundo do barco, provavelmente agora ainda mais maravilhados com seu achado. Em seguida, jogaram novamente as redes: a quantidade de peixes era tão grande… eles só puderam pensar num milagre! Séculos mais tarde, depois das três primeiras testemunhas da multiplicação de tantos peixes, a estátua enegrecida pela fuligem de tantas velas acesas pelos fiéis, agora com o afetuoso nome de Nossa Senhora de Aparecida, continua a fazer o milagre da multiplicação, não mais de peixes, mas de homens e mulheres: ela vê passar diante de si, todos os anos, milhões e milhões de brasileiros que, como diz certa música, vem “para mostrar seu olhar” como uma oração genuína, que brota da simplicidade do coração de um filho em busca do consolo de sua Mãe.
Um desses brasileiros, que ia também mostrar seu olhar, ainda que mais refinado por ser a visão de um artista, foi o amigo Cláudio Pastro, que certa vez confiou: “Toda vez que venho trabalhar na basílica vou diante dela e lhe digo para que ela faça a sua vontade e não eu a minha”. Hoje Cláudio pode ver com clareza aquilo que apenas tateou durante toda sua vida terrena por meio de sua arte: o mistério de Deus que se afirma nas criaturas, particularmente na criatura mais excelsa de todas e que ele, Cláudio, tentou exaltar: a Mãe do Senhor, Nossa Senhora de Aparecida.

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