Nasceu em Harrock Hall, Eccleston, perto de Chorley, no condado de Lancaster, por volta de 1570. Foi a quarta criança do casal Nicolau Rigby e Maria Breres de Preston.
Como muitos católicos de sua época, ele também teve que se adaptar aos tempos, embora com relutância, e frequentou a igreja protestante, a fim de evitar os rigores da lei contra os que se recusavam a assumir o anglicanismo. No entanto, arrependido profundamente de ter renegado sua fé, logo se reconciliou com a Igreja Católica, confessando sua fraqueza ao padre franciscano Giovanni Goffredo Jones (conhecido então como Sr. Buckley), que estava preso nas prisões de Clink, em Londres.
Devido a dificuldades financeiras, João foi forçado a trabalhar à serviço de Sir Edmund Huddleston, que um dia o mandou para o tribunal de Old Bailey para responder por seus posicionamentos religiosos. Foi nesta circunstância que um dos comissários, um certo Richard Martin, começou a questionar João Rigby sobre sua religião e ele declarou ser católico, que nunca mais se curvaria para participar do culto protestante e reconhecer a supremacia da rainha. Isto bastou para que fosse encarcerado nas prisões de Newgate, onde permaneceu de 14 a 19 de fevereiro de 1600, quando foi transferido para as prisões de White Lyon, em Southwark.
No julgamento, um dos juízes, chamado Gaudy, admirado por sua honestidade, fez tudo o que foi possível para persuadi-lo a ir ao culto protestante, assegurando-lhe que bastaria isto para recuperar sua liberdade, mesmo que pesasse sobre ele a acusação de alta traição por ter se reconciliado com a Igreja de Roma. João Rigby recusou e, firmemente, continuou a declarar que sempre foi católico, mesmo se reconciliado, e sempre desejou permanecer assim. Os juízes pronunciaram sentença de morte contra ele, mas o juiz Gaudy conseguiu adiar a execução.
Foi novamente processado, em 19 de junho de 1600, e mais uma vez exortado a conformar-se à religião do Estado. Vigorosamente, Rigby recusou-se uma vez mais e por isto foi condenado à pena de morte, pela segunda vez. Subiu à forca de São Thomas Waterings, convicto e tranquilo, no dia 21 de junho de1600.
Dos acontecimentos relacionados ao aprisionamento, cativeiro e julgamento de Rigby permanece uma interessante e detalhada narrativa, escrita por Tommaso Worthington, reitor do English College of Douai. Tal relato foi publicado, em 1601, com o título “Relação dos dezesseis mártires glorificados na Inglaterra em doze meses”. É uma narrativa muito vívida, na qual os interrogatórios rápidos e diretos lembram os da Acta Martyrum. Sua primeira edição, de 1601, tornou-se indisponível e foi republicada, com introdução e notas, por C. A. Newdigate, com um título diferente, “Um homem de Lancaster: a história do martírio da fé católica do venerável João Rigby”, em Southwark… 1600, Londres, 1928.
João foi beatificado por Pio XI em 15 de dezembro de 1929 e foi canonizado pelo Papa São Paulo VI, juntamente com os Quarenta Mártires da Inglaterra e do País de Gales, em 1970.
São João Rigby
Mártir leigo (†1600)

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