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Bem-aventurado Clemente Augusto von Galen

Cardeal e Arcebispo alemão (†1946)

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Santo do dia

Clemens Augustinus Joseph Emmanuel Pio Antonius Hubertus Marie Graf von Galen: o nome extenso, como era costume, revela sua origem nobre. Clemente nasceu em 16 de março de 1878 no castelo de Dinklage, perto de Oldenburgo, Alemanha. Décima primeira das treze crianças do conde Ferdinand Heribert von Galen e sua mulher Elisabeth, teve a sorte de ter crescido em uma família cristã nobre, crente e praticante. Frequentou a escola secundária jesuíta em Feldkirch, na Áustria.
Depois de completar seus estudos em Friburgo (Suíça), Innsbruck e Münster, Clemens Augustinus foi ordenado sacerdote em 28 de maio de 1904, em Münster.
Depois de uma breve experiência como vigário capitular, em Münster, foi nomeado capelão da igreja de São Matias, em Berlin-Schöneberg, em 1906. Assim começou um período que durou 23 anos em que ele realizou seu ministério presbiteral na então capital prussiana. Com seus paroquianos compartilhou os anos difíceis da Primeira Guerra Mundial, os tumultos do pós-guerra, bem como um certo período da era Weimar. A situação da diáspora ocorreu na capital e depois colocou-o diante de pesadas necessidades pastorais.
Em 1929, recebeu a nomeação como pároco da igreja de São Lamberto, em Münster. Depois da morte do bispo Johannes Poggenburg foi eleito bispo e em 28 de outubro de 1933 recebeu a consagração, escolhendo como lema: “Nec laudibus, nec timore” (“nem os louvores e nem as ameaças [me desviarão do caminho de Deus]”).
Desde sua primeira carta pastoral, durante a Quaresma de 1934, o novo bispo não hesitou em desmascarar a ideologia neopagã inerente ao nacional-socialismo. Ainda nos anos seguintes, ele continuou a se posicionar em favor da liberdade da Igreja e das associações católicas e pela salvaguarda do ensino da religião nas escolas.
Decisivo foi seu sermão realizado na catedral de São Vitor, em Xanten, na primavera de 1936, no qual tratou abertamente de algumas acusações graves contra o regime nacional-socialista: a discriminação, a prisão e até mesmo o assassinato de cristãos por ódio à fé.
O Papa Pio XI, em janeiro de 1937, convidou muitos bispos para irem a Roma, dentre eles estava Monsenhor Von Galen, que foi convidado para discutir com eles a evolução da situação alemã e ajudar a redigir a famosa encíclica “Mit brennender sorge” (“Com ardente preocupação”), na qual denunciou diante da opinião pública mundial o crescente racismo do regime nacional-socialista. Repercussão mundial tiveram também, como ápice de sua resistência, três sermões proferidos na igreja de São Lamberto, em 13 de julho de 1941 e 3 de agosto de 1941, bem como na Igreja de Nossa Senhora em Überwasser em Münster, em 20 de julho de 1941. Nessas ocasiões ele não deixou de denunciar as violações cometidas pelo Estado e reivindicava o direito à vida, à inviolabilidade e à liberdade de seus fiéis. Também condenou duramente a teoria nazista de matar vidas improdutivas e inúteis.
O regime sentiu-se intimamente atingido e decretou a prisão e o assassínio de Von Galen. No entanto, houve o temor que a população católica na diocese de Münster se rebelasse; em seguida, como forma de atingir Monsenhor Von Galen, o regime optou pela deportação de 24 sacerdotes diocesanos e 18 religiosos para os campos de concentração, dentre esses, dez morreriam como mártires. O bispo se mostrou angustiado com essa atitude abominável.
Nos difíceis meses do pós-guerra, Dom Clemente continuou a ser o ponto de referência para todos aqueles que estavam em qualquer estado de necessidade e precariedade.
O Papa Pio XII lhe conferiu em 18 de fevereiro de 1946 a púrpura cardinalícia, prestando assim homenagem à intrépida conduta mantida durante a ditadura. As pessoas que encheram a Basílica de São Pedro aclamaram-no como o “Leão de Münster”. Em 16 de março de 1946, em seu retorno a Münster, o novo cardeal Von Galen foi saudado por uma imensa multidão entusiasmada. Em frente às ruínas da catedral destruída, ele fez seu último discurso, antes de adoecer e falecer, aos 68 anos, no dia 22 de março seguinte. Foi sepultado na capela de Ludgerus situada na catedral destruída.
Um modelo de transparência cristã, sua posição diante de Deus foi o fundamento de seu testemunho destemido diante dos homens. A oposição inflexível do cardeal alemão contra as injustiças e a desumanidade do nacional-socialismo só foi possível pela força de sua profunda fé. Era um homem muito devotado: suas cartas pessoais até hoje transmitem um testemunho impressionante. Em um de seus primeiros atos oficiais como bispo de Münster, estabeleceu a Devoção Eterna na igreja de São Gervásio. Também era comum vê-lo fazer uma breve peregrinação a Telgte, sozinho, cedo pela manhã, para implorar a ajuda e proteção da Virgem Maria para sua diocese e seu trabalho. Fiel e pronto a administrar o Sacramento da Reconciliação, ele sempre orientava as consciências a voltarem para Deus.
São João Paulo II declarou-o “Venerável” em 20 de dezembro de 2003 e exatamente um ano depois foi reconhecido um milagre atribuído à sua intercessão. Após a morte do Papa, a beatificação foi adiada, e foi celebrada em São Pedro em 9 de outubro de 2005, sob o pontificado de Bento XVI.

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