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São Salomão

Mártir († 874)

HUMILITY

Dayna More | Shutterstock

São Salomão III pertencia à dinastia dos antigos príncipes bretões, reinando assim sobre a Bretanha, hoje região do noroeste da França. Era ainda muito jovem quando faleceu seu pai Rivallon. Seu tio, Nominoé, o acolheu e mostrou especial ternura e bondade para com ele, pelas quais Salomão sempre lhe foi grato.
Em 851, pós a morte do tio, porém, ele não teve a mesma consideração, nem o mesmo apego por Erispoé, seu sucessor. Sob o pretexto de ser descendente do irmão mais velho de Nominoé e de ter mais direitos sobre a Bretanha do que seu primo, Salomão começou a conspirar contra ele e obteve do rei Carlos, o Calvo, em 853, a coroa da Bretanha, que estava sob a soberania de Erispoé.
Essa primeira fase o deixou em paz por alguns anos. No entanto, em 857, temendo ver a coroa passar por outra cabeça, pelo casamento da filha de seu rival, ele traçou uma conspiração e, perseguindo Erispoé até dentro de uma igreja, assassinou-o no altar.
Os bretões, ignorando esse crime, aceitaram Salomão como rei e o ajudaram a repelir os francos que tentavam invadir a Bretanha. Além do crime mencionado, Salomão tinha todas as qualidades que alguém poderia sonhar para um príncipe: uma estatura majestosa, a ciência da guerra, uma coragem intrépida.
Contudo, Deus, que nunca deixa o crime sem punição, submeteu Salomão a uma série de provações que serviram como expiação por seu pecado e para a santificação de sua alma. Para não falar das guerras que teve de sustentar contra os francos e normandos e a questão dos bispos depostos, em 847, por Nominoé. Este último caso espinhoso constituiu para ele ocasião de correspondência e constrangimento tanto com os bispos locais, quanto com o próprio Papa de Roma. Sem contar as penitências que fazia, Salomão, para se purificar cada vez mais, multiplicou as boas obras, construiu o mosteiro de Plélan ou Saint-Maixent e o encheu de magníficos dons.
No entanto, uma conspiração também foi tramada contra Salomão. Surpreendido, de repente, e incapaz de resistir, ele conseguiu escapar e refugiou-se em um pequeno mosteiro na fronteira do Poher e Lion, em uma paróquia que a partir desse episódio levou o nome de “Mezzer-Salün” (martírio de Salomão), hoje conhecida como “La Martyre” (Finistère) .Os rebeldes decidiram retirar-se no dia 23 de junho de 874, convencidos de não agirem contra ele no dia seguinte, festa da Natividade de São João Batista. Apenas um bispo foi enviado a ele para convidá-lo a sair de seu esconderijo e a se entregar voluntariamente para evitar a possível profanação do lugar sagrado. Salomão, resignado com tudo, proveu-se do sacramento de Eucaristia e se apresentou aos inimigos com coragem magnânima. Os bretões, impressionados pelo respeito, não ousaram desembainhar a espada contra ele e o entregaram a Fulcoald e a alguns outros franceses, que o fizeram arrancar os olhos de seu afilhado. O velho rei não conseguiu sobreviver a essa tortura cruel e foi encontrado morto no dia seguinte, 25 de junho de 874.
Ainda hoje neste dia é homenageada a sua memória, não só pela Igreja de Vannes, mas por toda a Igreja que quis recordá-lo na última edição do Martyrologium Romanum. O corpo do santo Rei Salomão foi enterrado no mosteiro de Plélan, de acordo com o desejo que ele havia manifestado de descansar ao lado de Rainha Wembrit. Mais tarde, provavelmente durante as invasões normandas na Bretanha, o corpo foi transportado para Pithiviers, na diocese de Orléans, onde uma igreja foi erguida em sua homenagem. No entanto, uma parte das suas relíquias permaneceu ou foi, de qualquer modo, devolvida à Bretanha, pois está provado que teriam sido guardadas até a Revolução Francesa na igreja de São Salomão, em Vannes.
Após a destruição da edificação, em 1793, as relíquias foram transferidas para a catedral, onde ainda hoje são objeto de veneração dos fiéis.

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