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São Leonardo de Porto Maurício 

Presbítero († 1751)          

MARYJA

Agnes Siwek | Shutterstock

São Leonardo nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, no dia 20 de dezembro de 1676. Perdeu a mãe muito cedo e foi criado e educado por seu tio. 

Discerniu cedo sua vocação ao sacerdócio, de modo que logo foi para Roma estudar no Colégio da Companhia de Jesus. Por causa de sua pureza e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que viam nele um outro São Luís Gonzaga. 

Apesar da proximidade com os jesuítas, Leonardo entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura, e aos 26 anos já era sacerdote.

Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida, quanto contraiu uma doença incurável (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus, dedicando-se frequentemente à adoração do Jesus Eucarístico. Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos. 

No século XVIII, foi o grande apóstolo do santo exercício da Via-Sacra. Tendo-se dedicado à pregação, frei Leonardo sempre teve em mente o torturado da Cruz. Por isso, o seu tema preferido foi o da Via Crucis, devoção tipicamente franciscana, à qual deu maior difusão. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Sua pregação teve algo dramático e trágico, muitas vezes à luz de tochas e com tormentos voluntários, aos quais Frei Leonardo foi submetido. Multidões imensas se aglomeravam para ouvi-lo e ficavam impressionadas com sua palavra ardente. Desse modo ele as chamava de volta à penitência e à piedade cristã. “Ele é o maior missionário do nosso século”, disse Sant’Alfonso de Liguori. Frequentemente, toda a audiência, durante seus sermões, explodia em soluços.

Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que um célebre orador (Bapherini) encanecido já no exercício da palavra, tendo sido enviado pelo Papa Clemente XII para ouvir os sermões de Leonardo, para depois o informar a este respeito, disse “que nunca ouvira pregador mais arrebatador; que o efeito de seus discursos era irresistível; que ele próprio não pudera reter as lágrimas”. São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Lisboa, de São Bernardino de Sena e de São João Capistrano.

Pregou por toda a Itália, mas a região mais percorrida foi a Toscana, devido à propagação do jansenismo, que queria combater primeiro com o ardor do seu coração, depois com os seus temas mais eficazes, nomeadamente o do Nome de Jesus, de Nossa Senhora e da Via Crucis.

Em uma de suas missões na Córsega, os bandidos da ilha atormentada descarregaram seus mosquetes para o alto, gritando: “Viva o irmão Leonardo, viva a paz!”.

Consumido pelos esforços missionários, foi finalmente chamado a Roma, onde, com seus sermões apaixonados, aos quais também compareceu o Papa, preparou o clima espiritual para o Jubileu de 1750. Na ocasião, plantou a Via Crucis no Coliseu, declarando aquele lugar sagrado para os mártires. Isso evitou a futura ruína do monumento, que até então era considerado uma boa pedreira.

Foi seu último esforço. Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tanto desejava, mas deu toda sua vida no dia a dia até adoecer e falecer no Convento de São Boaventura, em Roma. Faleceu em 26 de novembro de 1751, e foram necessários soldados para conter a multidão que queria ver o santo e conseguir uma relíquia dele. “Perdemos um amigo na terra – disse o Papa Lambertini – mas ganhamos um protetor no céu”.

Não se limitou apenas à pregação, mas deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. 

Esses escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.

Foi beatificado por Pio VI em 19 de junho de 1796 e canonizado em 29 de junho de 1867 pelo Papa Pio IX.

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