Subiu com eles sobre uma alta montanha
Em outra época, Deus se uniu ao homem por sua própria graça. Quando ele soprou o espírito de vida no novo homem formado a partir da terra, quando lhe comunicou o melhor que possuía, ele o honrou fazendo-o à sua imagem e semelhança. Ele deu-lhe o Paraíso como mansão e o tornou um irmão íntimo dos anjos. Mas à medida que obscurecemos e fizemos desaparecer em nós a imagem divina com a lama de nossos desejos desordenados, o Misericordioso entrou em uma segunda comunhão conosco, muito mais segura e mais extraordinária do que a primeira. Permanecendo em sua condição divina, ele também aceitou o que estava abaixo dele, criando em si próprio o humano; unindo o arquétipo à imagem, hoje mostra nela sua beleza. Seu rosto brilha como o sol porque em sua divindade ele se identifica com a luz imaterial; por isso é o Sol da Justiça. Mas suas vestes se tornaram brancas como a neve porque eles recebem a glória pelo relação, mas não por natureza. “E uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra”, manifestando assim o Espírito seu esplendor.
São João Damasceno
Homilia para a Festa da Transfiguração: PG 96, 545.
Monge, teólogo e doutor da Igreja (675-749, aprox.).