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Bem-aventurado Guilherme Saultemouche

Mártir (†1593)

SAINT AMBROSE

Public Domain

A Europa do século XVI viveu momentos dramáticos. Um desses dramas foi o fenômeno conhecido pelos historiadores como “as guerras de religião”. A Igreja Católica no processo de resposta tanto aos seus problemas internos, quanto às acusações dos protestantes, viu-se envolvida não só no campo das discussões teológicas, mas também no campo político e militar. Particularmente a França – com os seguidores de João Calvino, chamados de huguenotes -, se revelou um triste campo de batalhas. Em 1592, o governador de Viviers, Guilherme de Balezac, pediu para que o Provincial dos padres da Companhia de Jesus enviasse um padre para fazer uma pregação no Advento, com enfoque no combate público dos erros dos calvinistas, segundo a ótica católica. Foi enviado o padre jesuíta Tiago Salés, acompanhado pelo irmão jesuíta Guilherme Saultemouche. Guilherme nascera em 1556 e em sua primeira juventude, serviu como doméstico em alguns colégios jesuíticos da região. Pediu e ingressou na Companhia, desempenhando funções simples, como a de porteiro. Segundo os testemunhos, ele era uma pessoa simples, mas de grande densidade espiritual, dedicando-se longamente à oração e à adoração ao Santíssimo, coisa a qual dedicava particular atenção. Padre Tiago Salés e o Guilherme se dedicaram inteiramente à pregação em Aubenas – coisa que deve ter irritado muito aos huguenotes. No dia 5 de fevereiro, à noite, um grupo de huguenotes tomou a cidade em assalto. Diante do perigo do assédio, os dois religiosos imediatamente foram para a igreja e consumiram todas as partículas consagradas, com medo de uma possível profanação por parte dos huguenotes. Efetivamente, eles foram presos e arrastados até a praça da cidade. Aí se iniciou um processo que envolveu uma discussão sobre a presença real de Cristo na Eucaristia. Padre Salés, por mais de um dia sustentou perante o tribunal a validade e bondade da presença real de Jesus na eucaristia. Foi tão veemente que, a certo ponto, percebendo os huguenotes que não poderiam vencê-lo tão facilmente começaram a gritar: “matem-no!”. Arrastado para a praça, junto com seu companheiro Guilherme Saultemouche, foram agredidos: ambos foram apunhalados até a morte. Após os corpos terem sido arrastados pelas ruas da cidade, foram sepultados numa igreja católica abandonada e destruída pelos huguenotes. Um católico piedoso que viu toda a cena, se esgueirou mais tarde pelas ruínas e sepultou os corpos num jardim. Mais tarde seus corpos foram transferidos para a igreja do Colégio dos Jesuítas em Aubenas. Foram beatificados no dia 6 de junho pelo Papa Pio XI.

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