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São David Uribe Velasco

Presbítero e Mártir (†1927)

DIVINE MERCY

Pascal Deloche | Godong

David Uribe Velasco nasceu em Buenavista de Cuéllar, (Diocese de Chilapa – México), no dia 29 de dezembro de 1889, filho de Juan Uribe e Victorina Velasco.
Ingressou no seminário e recebeu a ordenação sacerdotal dia 2 de março de 1913. Seu bispo o designou para estabelecer-se em Tabasco. Devido à perseguição de 1914 contra a Igreja, e também por causa das frequentes ameaças, o bispo D. Antônio Hernández Rodríguez e o Pe.Uribe, para não abandonar seus fiéis, trataram de se esconder na região, mas o governo começou a oferecer uma recompensa a quem os delatasse. Assim, tiveram que fugir para Vera cruz. De Vera cruz, Padre Uribe foi enviado ao bispo de Chilapa e ajudado por algumas pessoas até conseguir alcançar a casa de sua família. Chegando em casa, sua mãe não o reconheceu por causa de sua magreza. Apesar do susto inicial, Pe. Uribe recebeu todos os cuidados de sua família, se recuperou e foi enviado para a paróquia de Zirindaro, onde permaneceu por um ano. Por causa das contínuas revoltas dos zapatistas, ele foi para Chilapa, ficando apenas cinco meses, durante os quais ajudou na catedral e no seminário.
Foi nomeado, então, pároco de sua terra natal, onde ganhou a estima de seus compatriotas por todo o trabalho pastoral que desenvolveu na região; ali permaneceu de 1917 a 1922. Depois disso, foi para a paróquia de Iguala por três anos, para apoiar seu antigo bispo de Tabasco. Com a morte do bispo D. Antônio Hernández Rodríguez, foi nomeado pároco de Iguala. Em 1926, quando as igrejas de toda a república mexicana foram fechadas e o governo proibiu o culto religioso, o padre Uribe teve que deixar a paróquia. Voltou por algum tempo para sua terra natal e depois foi para a Cidade do México, pois continuavam a persegui-lo.
Em fevereiro de 1927, escreveu na Cidade do México aos fiéis de sua paróquia as seguintes palavras: “Se a situação continuar eu vou, não importa que o meu sangue seja derramado pelas ruas da cidade… Sinto-me compelido a defender minhas ovelhas do lobo feroz…”. No dia 12 de março 1927, partiu para Iguala, mas não conseguiu chegar à cidade por causa do cerco que lhe armaram e retirou-se para Buenavista, onde sua família insistiu para que ficasse. Sem convencê-lo, o Pe. David foi novamente para Iguala no dia 7 de abril. Acompanhado por seu amigo José García, embarcou na segunda classe do trem de passageiros. O General Adrian Castrejon o viu embarcar e mandou seu assistente convidar Padre Uribe para sentar-se ao lado dele na primeira classe do trem para conversarem. Começou a tratar a questão da perseguição religiosa e prever que nada iria acontecer se ele aceitasse as leis do governo e até prometeu que o fariam bispo de Iguala na nova igreja nacional, apoiada pelo governo, e ele seria o bispo. Diante de tais propostas, padre Uribe rejeitou energicamente a ousadia e disse ao general: “O senhor não seria um infame se traísse sua bandeira? Bem, eu seria mais infame se traísse minha religião sagrada”. Não aceitou a proposta do general e, quando chegou a Iguala foi detido pelos os militares.
Foi transferido de trem para Morelos e ao chegar à estação de Cuernavaca, o oficial ordenou que o padre se ajoelhasse. Pe. Uribe perguntou aos soldados: “Vão me fuzilar?” Sem nenhuma resposta, colocaram-no num carro e levaram-no até a chefatura da polícia.
Na noite de 11 de abril, incomunicável e confinado numa prisão imunda, Pe. Uribe estava orando quando lhe comunicaram que seria morto no dia seguinte. Ele pegou um papel e escreveu: “Declaro perante Deus que sou inocente dos delitos que me acusam. Estou nas mãos de Deus e da Santíssima Virgem de Guadalupe. Digam isto aos meus superiores e peçam a Deus pela minha alma. Despeço-me de minha família, amigos e paroquianos de Iguala, e envio minha bênção… Perdoo todos os meus inimigos e peço perdão a Deus e a quem eu tenha ofendido”.
No dia seguinte, 12 de abril de 1927, às três horas da manhã, a escolta militar chegou à prisão e o levaram de carro. Assim que saltou do carro, ajoelhou-se e das profundezas de sua alma, implorou de Deus o perdão de seus pecados e a salvação do México e de sua Igreja. Levantou-se tranquilo, em silêncio, e dirigiu-se aos soldados com um tom paternal, dizendo: “Irmãos, eu lhes darei a bênção de Deus. De coração lhes perdoo e peço-lhes apenas que roguem a Deus pela minha alma. Em troca, diante Dele eu não os esquecerei”.
Ergueu firme sua mão direita e fez o sinal luminoso da cruz no ar. Depois, distribuiu entre eles seu relógio, seu rosário, um crucifixo e outros objetos. O oficial que comandava o pelotão dos soldados desembainhou o revólver rapidamente e deferiu-lhe um tiro à queima-roupa. Sua morte foi instantânea. Era a terça-feira santa. Isto se passou perto da estação de trem de San José Vidal, em Morelos.
Seus restos mortais repousam na igreja de San Antônio de Pádua, em sua cidade natal, Buenavista de Cuéllar.
Foi canonizado pelo Papa São João Paulo II no dia 21 de maio de 2000, o ano do Grande Jubileu da Encarnação, na Cidade do Vaticano.

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