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Santa Lia

Viúva romana (†383, aprox.)      

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Antoine Mekary | ALETEIA

Na segunda metade do século IV, muitos cristãos viviam em Roma. No entanto, a fé deles corria um grande risco de ser distorcida pelos contatos com outros credos. “Com estes cristãos por aqui, ser santo torna-se arriscado”. Foi assim que, de uma forma um pouco exagerada, São Jerônimo (†420) definia os cristãos de Roma, ao descrever o que viu durante sua estadia na cidade eterna estando em contato com aqueles grupos de cristãos que expunham sua fé ao perigo de contágio espiritual. 

Santa Lia viveu nesses tempos e só a conhecemos graças a São Jerônimo. Ele cita Lia em uma carta à Abadessa Marcela, animadora do cristianismo vivido plenamente, que deu à luz uma comunidade quase monástica de mulheres em sua residência, no Monte Aventino. 

Lia também provinha de uma família nobre. Ficara viúva quando ainda era jovem e parecia que mais tarde se casaria com uma pessoa ilustre. Contudo, Lia recusou ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano, que lhe proporcionaria uma vida luxuosa de prestígio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Lia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência. Entrou na comunidade de Marcela, onde as Escrituras eram estudadas e, ao mesmo tempo, rezadas juntas, vivendo em castidade e pobreza. Com essa escolha Lia inverteu os caminhos e ritmos de sua vida para espalhar, como diríamos, uma “mensagem forte”. E, São Jerônimo disse dela: “Mestra de perfeição para os outros, mais pelo exemplo do que pelas palavras, era de uma humildade tão sincera e profunda que, depois de ter sido uma grande dama com muita servidão sob suas ordens, mais tarde considerou-se uma serva “.

Marcela tinha total confiança nela. Confiou-lhe a tarefa de formar as jovens na vida de fé e na prática da caridade oculta e silenciosa. Seria difícil, escreveu São Jerônimo, reconhecê-la como a aristocrata do passado, que então “trocara suas roupas delicadas pela veste de tecido áspero”, e comia como os pobres que ajudava.

Era este o seu estilo: sob o signo da reserva e da discrição, agia e ficava quieta. Ensinava com obras. Fazia tão pouco barulho que nada mais se sabe sobre ela e até ignoraríamos sua existência se São Jerônimo não a tivesse lembrado naquela carta, quando ela já estava morta, em 384, e enterrada em Hóstia. 

Na carta São Jerônimo escreveu: “Quem renderia à bem-aventurada Lia os louvores que ela merece? Renunciou a pintar o rosto e a adornar a cabeça com pérolas brilhantes. Trocando ricos atavios por vestidos de tecido áspero, deixou de dar ordens aos outros para obedecer a todos, viveu num canto como alguns móveis, passava as noites em oração, ensinava as companheiras mais com o exemplo do que com admoestações ou discursos e esperou a chegada ao Céu para ser recompensada pelas virtudes que praticou na terra”.

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