Nascida em 1953, em uma área brasileira muito pobre do estado do Rio Grande do Norte, sexta filha dos treze nascidos de Maria Lúcia de Oliveira, que se casou com o camponês João Justo da Fé, viúvo com três filhos, em tenra idade. Seus pais foram seus primeiros catequistas: o pai, quando pode, lê a Bíblia para os filhos e faz pequenos comentários. Quando criança, Lindalva se caracteriza por uma religiosidade um pouco mais pronunciada, por maior sensibilidade, por uma atenção particular às crianças e aos pobres, mas nada que fosse muito relevante. Ela estuda, vai buscar frutas e legumes em seu tempo livre para ajudar em casa e, depois de se formar em 1979, faz o trabalho em algumas lojas e no caixa de um posto de gasolina. Em sua juventude, começou a ser voluntária no instituto para idosos dirigidos pelas freiras vicentinas, pois a paixão que ela sentira quando criança pelos pobres e doentes ainda não havia se extinguido. Nesse ínterim, seu pai, corroído por um câncer particularmente doloroso morre em 1982: Lindalva, que havia deixado seu emprego para ajudá-lo nos últimos meses como uma afetuosa enfermeira, ficou impressionada com essa morte exemplar, que a deixou com mil perguntas sobre o significado da vida e a necessidade de bem usá-la. E é precisamente disso que amadurece a decisão de fazer dos pobres sua escolha de vida. Em 1986, começou a participar assiduamente dos encontros vocacionais dos vicentinos, enquanto cursava enfermagem e aprendia a tocar violão, como se quisesse dizer que, para ela, a competência profissional deve andar de mãos dadas com alegria. Um ano depois, ela entra no Postulado das Filhas da Caridade, com a intenção de “transbordar de alegria e desejo de ajudar os outros” e, em 1989, inicia o noviciado em Recife. Em janeiro de 1991, ela começa seu serviço em um hospital para idosos. Vive feliz, no serviço ao próximo. Apenas uma sombra perturba sua felicidade: as atenções cada vez mais explícitas que Augusto da Silva Peixoto, um paciente de quarenta e seis anos reserva para ela. Naturalmente, ela rejeita caridosamente, mas também com muita firmeza todas as insinuações desse homem. Em 9 de abril de 1993, Sexta-feira Santa, depois de ter feito a Via-Crúcis pelas ruas da cidade, enquanto servia café aos idosos, ela é atacada por trás por Antônio, que tomado de ciúme pela rejeição de irmã Lindalva a massacra com 44 facadas. “Fiz o que tinha que fazer porque ela nunca me quis”, ele dirá aos policiais que o prenderam. Para a irmã Lindalva, por outro lado, começam os dias de glória, pois o povo a reconhece como mártir. Seu processo de canonização começou no ano 2000 por aclamação popular, sete anos após sua morte. Em 2007, Papa Bento XVI a proclamou Bem-aventurada. A memória litúrgica da Bem-aventurada foi estabelecida pela Congregação em 7 de janeiro, o dia do seu batismo, em vez de 9 de abril, o dia da sua morte.
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