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Santa Josefina Bakhita

Virgem (†1947)

femme priant dans une église

© Roman Zaiets - Shutterstock

“A minha família morava no centro da África, num subúrbio de Darfur (Sudão) […] Vivia em plena felicidade […]. Eu tinha cerca de nove anos, quando pela manhã sai para passear nos nossos campos […]. De repente, de um arbusto [saem] dois estrangeiros mal-encarados e armados. Um [deles] tira um facão da cintura, coloca a ponta em meu lado e diz: ‘Se você gritar, você morre! Venha, siga-nos!’”. 

Esse relato está guardado no arquivo das irmãs Canossianas, em Roma: é a voz de Bakhita, uma mulher africana, que após anos de escravidão, conseguiu se tornar freira Canossiana na Itália. Uma história extraordinária, pontilhada de humilhações, dor, sofrimentos e redenção. Depois de ter sido raptada, ela foi vendida num mercado de escravos e ao longo de uma vida de privações, teve vários senhores. Um deles a obrigou passar por um rito tribal: teve seu corpo cortado com uma faca; ao todo foram 114 feridas que foram cobertas com sal para que seu corpo ficasse perenemente marcado. A dor que ela experimentou foi insuportável, tendo que ficar deitada sobre um catre por cerca de um mês, até que estivesse recuperada de suas feridas. Em meio ao horror da vida escrava, uma luz surgiu: Bakhita, pela quinta vez, foi vendida num mercado de escravos, mas desta vez quem a comprou foi um italiano, um funcionário do consulado italiano. A própria Bakhita reconheceu que ela tivera muita sorte, “pois esse novo patrão foi muito bondoso comigo e gostava mesmo de mim”. Os problemas políticos do Sudão forçam a saída desse funcionário, que se prepara voltar para a Itália. Bakhita suplica para ser levada junto e, como por milagre, ela obtém a permissão de seu patrão e consegue ir. Após uma mudança de patrões, Bakhita começa a trabalhar como ama da filha de um casal de italianos; logo, tanto Bakhita, quanto a menina, são mandadas para uma escola em Veneza que é administrada pelas irmãs Canossianas. No dia 9 de janeiro de 1890, Bakhita recebe de livre vontade, das mãos do Patriarca de Veneza o batismo, a crisma e a comunhão. No batismo, ela recebe o nome cristão de Josefina Margarida Bakhita (= afortunada, bem-aventurada, em árabe). Três anos depois ela entra no noviciado das Canossianas e, em 1896, pronuncia seus votos. Começa a percorrer o caminho da santidade nas coisas humildes: é cozinheira, sacristã e porteira. Mulher de grande oração e caridade, foi aos poucos conquistando todos aqueles que a conheciam. Era chamada carinhosamente pelas crianças de “Irmã de chocolate” que se sentiam como que capturadas por essa irmã bondosa, alegre e cheia de fé. De fato, houvera dito que se “encontrasse aqueles negreiros que me raptaram, e aqueles que me torturaram, eu me ajoelharia e beijaria as mãos dele, pois, se aquilo não tivesse ocorrido, eu não seria agora cristã e religiosa…”. Irmã Josefina Bakhita, a Bem-aventurada, morreu no dia 8 de fevereiro de 1947, vítima de uma pneumonia. Nesse dia, toda a cidadezinha de Schio, no norte da Itália se vestiu de luto.

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