Ana Catarina Emmerick nasceu no dia 8 de setembro de 1774 numa aldeia da Westfália, na Alemanha; seus pais, Bernardo Emmerick e Ana Hillers, eram de condição humilde e muito religiosos. Quando ainda menina, trabalhando como pastora, a pequena Ana sentiu em seu coração a vocação para a vida religiosa. Apesar desse desejo e da boa religiosidade dos pais, seu pai se opôs a esse chamado. Ana começou então a experimentar grandes dons do Senhor como êxtases e visões. Ao crescer, ela, procurando corresponder ao seu chamado, visitou várias comunidades religiosas que, entretanto, paradoxalmente não a aceitavam para a vida religiosa. Apenas quando uma amiga se interessou pelo seu caso é que Ana conseguiu finalmente entrar no mosteiro das Cônegas Regulares de Santo Agostinho. A vida no mosteiro foi para ela muito dura: além das reprimendas das coirmãs, que não a aceitavam muito bem, Ana sofreu com várias doenças. Para piorar a situação, os fenômenos místicos que, quando pastora na solidãos dos campos, vivia em completo segredo, agora, no ambiente mais restrito do mosteiro, começaram a ser conhecidos por outras irmãs, que estranharam profundamente tudo aquilo, chegando até a fazer insinuações maldosas e a lançar suspeitas de todo tipo. Durante esse período, o país onde Ana se encontrava sofreu várias reviravoltas políticas, resultando no fechamento de várias casas religiosas, inclusive o mosteiro onde ela estava. Ana então se colocou a serviço de um padre proveniente da França – Padre João Martino Lambert. Em 1812, na casa desse padre, Ana – além dos fenômenos místicos que já se apresentavam – recebeu os estigmas. Por quanto pôde, ela escondeu esses sinais, mas a partir do início de 1813, ela já não podia mais deixar a cama. A partir daí sua vida se transformou num grande sinal diante dos homens: ela unia seus sofrimentos aos de Jesus, na Paixão. Vários interrogatórios foram feitos e estes apontaram para o caráter sobrenatural dos fenômenos que ela vivia. Ela teve constantes visões que diziam respeito às vidas de Jesus e de Nossa Senhora; algumas de suas visões individuaram a casa de Nossa Senhora em Éfeso e o castelo de Maqueronte, onde João Batista foi decapitado. Famosas também são suas vivências da Paixão de Cristo em seu próprio corpo. Com grande fama de vidente, no dia 9 de fevereiro de 1824, Ana morreu e seu processo de beatificação foi logo iniciado pelos religiosos de Santo Agostinho.
Bem-aventurada Ana Catarina Emmerick
Virgem (†1824)

Jeffrey Bruno