São João Paulo II: um homem que parte, vestido de branco
Quando foi eleito papa, o cardeal Karol Wojtyla se apresentou ao mundo como "um homem que veio de longe", daquela Polônia sofrida e aprisionada por trás da Cortina de Ferro, tão próxima geograficamente, mas tão afastada do mundo ocidental e tão periférica em relação ao tradicional centro dirigente do catolicismo.
Foi inspirado nesse "homem vindo de longe" que o célebre e popular cantor e compositor italiano Amedeo Minghi escreveu a letra desta canção que compartilhamos abaixo. No vídeo, você assiste a momentos marcantes e eternos do pontificado de São João Paulo II, o que "homem que se aproximava", enquanto acompanha, logo abaixo, a letra original em italiano e sua tradução ao português.
UN UOMO VENUTO DA MOLTO LONTANO
Um homem que veio de muito longe
(Amedeo Minghi)
Un uomo venuto da molto lontano
Um homem que veio de muito longe
Negli occhi il ricordo dei campi di grano
Nos olhos a lembrança dos campos de trigo
Il vento di Auschwitz portava nel cuore
Trazia no coração o vento de Auschwitz
E intanto scriveva pesie d’amore
No entanto, escrevia poesias de amor
Amore che nasce dentro il cuore dell’uomo
Amor que nasce dentro do coração do homem
Per ogni altro uomo.
Por cada um dos demais homens.
Un uomo venuto da molto lontano
Um homem que veio de muito longe
Stringeva il dolore e un libro nella mano
Apertava a dor e um livro na mão
Qualcuno ha sparato ed io quel giorno ho pianto
Alguém atirou e naquele dia eu chorei
Ma tutto il mondo gli è rimasto accanto
Mas todo o mundo ficou do seu lado
Quel giorno il mondo ha ritrovato il cuore
Naquele dia o mundo reencontrou o coração
La verità non muore.
A verdade não morre.
Un uomo che parte, vestito di bianco
Um homem que parte, vestido de branco
Per mille paesi e non sembra mai stanco
Por mil países e nunca parece cansado
Ma dentro i suoi occhi un dolore profondo
Mas dentro dos olhos uma dor profunda
Vedere il cammino diverso del mondo
Ver o caminho diferente do mundo
La guerra e la gente che cambia il suo cuore
A guerra e as pessoas que mudam o coração
La verità che muore.
A verdade que morre.
Va’, dolce grande uomo, va’.
Vai, doce grande homem, vai.
Va’, parla della libertà.
Vai, fala da liberdade.
Va’ dove guerra, fame e povertà hanno ucciso anche la dignità.
Vai onde guerra, fome e pobreza mataram até a dignidade.
Va’ e ricorda a questo cuore mio che Caino sono pure io.
Vai e lembra a este meu coração que eu também sou Caim.
Dall’Est è arrivato il primo squillo di tromba
Do Leste chegou o primeiro toque da trombeta
Il mondo si ferma; c’è qualcosa che cambia
O mundo para; há alguma coisa mudando
Un popolo grida: Noi vogliamo Dio, la libertà è solo un dono suo!
Um povo grita: Nós queremos Deus, a liberdade é só uma dádiva dele!
Tu apri le braccia e incoraggi i figli ad essere fratelli.
Tu abres os braços e encorajas os filhos a serem irmãos.
Va’, dolce grande uomo, va’.
Vai, doce grande homem, vai.
Va’, parla della libertà.
Vai, fala da liberdade.
Va’ dove l”uomo ha per sorella solo lebbra e mosche sulle labbra.
Vai onde o homem tem por irmã somente a lepra e moscas sobre os lábios.
Va’ e ricorda a questo cuore mio che Caino sono pure io.
Vai e lembra a este meu coração que eu também sou Caim.