De ativista pró-aborto, ela tinha se tornado católica e passado a defender publicamente a vidaEm 1970, uma jovem norte-americana do Estado do Texas entrou na justiça pedindo autorização legal para abortar com base na alegação de que a sua gravidez era indesejada. Até então, a maioria dos Estados do país permitia o aborto somente em casos de risco de morte para a gestante.
Naquela ocasião, porém, a Suprema Corte acabaria abrindo as portas para a legalização do aborto nos EUA, opinando que a mulher, juntamente com uma equipe médica, pode abortar sem impedimentos legais nos primeiros meses de gravidez, mas com restrições quando a gestação já está mais avançada. O que a decisão indicou é que é inconstitucional a interferência do Estado na decisão de uma mulher sobre a sua gravidez.
Com as apelações interpostas pelo Texas, a decisão definitiva que autorizaria o aborto só veio em 1973, quando a jovem já tinha dado à luz – e deixado a filha para adoção.
A jovem texana manteve sua identidade anônima nos primeiros anos. Só o que se conhecia dela era o pseudônimo “Jane Roe“, que deu nome ao célebre processo “Roe versus Wade”, marco histórico da legalização do aborto nos Estados Unidos. Seu nome verdadeiro, Norma Mccorvey, só veio a público na década de 1980, quando ela se tornou ativista pró-aborto e defensora dos assim chamados “direitos reprodutivos”, ao mesmo tempo em que trabalhava em clínicas abortistas.
No entanto, em 1995, uma guinada: Norma reconheceu que o processo a que tinha dado início foi um erro. Ela passou a se declarar publicamente contrária ao aborto, se converteu e foi batizada como católica por um padre que liderava um grupo de defesa da vida. A mulher que tinha sido o estopim da aprovação do aborto em seu país trocava assim o ativismo pró-aborto pelo movimento pró-vida.
Os defensores da vida humana desde a concepção formam uma parcela que cresce constantemente nos EUA. O grupo realiza anualmente, em 22 de janeiro, aniversário da histórica sentença “Roe versus Wade“, a multitudinária “Marcha pela Vida“, manifestação que reúne centenas de milhares de pessoas nas ruas de Washington para pedir a revogação daquela decisão judicial.
Na edição deste ano, a Marcha contou com a participação de Mike Pence, o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos a participar da manifestação anti-aborto em Washington.
Norma Mccorvey, que passou do ativismo pró-aborto à defesa da vida humana desde a concepção, morreu neste sábado, 18 de fevereiro, aos 69 anos, em sua casa no Texas.
Elevemos a Deus uma prece pela sua alma, pela conversão de todas as pessoas à cultura da vida e pelo fim do aborto, que, muito longe de ser um “direito” de qualquer ponto de vista, é sempre o assassinato evitável de um ser humano inocente e indefeso.