“Senti no meu coração qual era o meu lugar na vida”Antes de explicar como descobriu sua vocação sacerdotal, o pontífice compartilhou o momento em que entendeu que tinha sido negado por uma paixão mais terrena: o futebol…
“Na minha terra, os que não se dão bem no futebol são chamados de “perna de pau”. Entendeu? Eu era um perna de pau, e geralmente era goleiro, para não precisar correr muito: era a minha posição. Não é um palavrão, pode dizer perna de pau, não é um palavrão”.
Foi assim que o papa Francisco respondeu à pergunta de uma criança durante a visita a uma paróquia em Acilia, que fica perto de Roma.
“Como descobri a vocação? Cada um de nós tem um lugar na vida. Jesus quer que uns se casem, formem família, quer que outros sejam padres, outras freiras… Mas cada um de nós tem um caminho na vida. E ele quer que a maioria seja como os seus pais: fiéis leigos, que formem uma linda família e criem seus filhos. Eu vim de uma família: éramos cinco irmão, éramos felizes”, indicou o papa.
O papa se encontrou com as crianças do catecismo no Centro Desportivo de Casal Bernochi. Durante o encontro, respondeu a algumas perguntas dos meninos e meninas.
“Papai trabalhava, e quando ele voltava do trabalho… – naquela época havia trabalho – nós brincávamos. Uma vez – vou contar-lhes algo que os fará rir, mas não façam o que eu disser – fizemos um concurso para brincar de paraquedistas. Pegamos o paraquedas e fomos para o terraço. Um dos meus irmãos pulou primeiro do terraço. A vida dele foi salva por um fio. São brincadeiras perigosas… Mas éramos felizes. Por quê? Porque mamãe e papai nos ajudavam a seguir adiante na escola e também se preocupavam conosco. Escutem-me: na vida, é muito bonito ser casado, é muito bonito. É muito bonito ter uma família, um pai, uma mãe, ter avós, tios… Entenderam? É muito bonito, é uma graça. E cada um de vocês tem pai, mãe, avós, tios, tem uma família”, arrematou o pontífice.
O papa convidou os jovens a encarar a família como uma “linda vocação”.
Além disso, falou da vocação das religiosas e dos padres. “Mas também há outra vocação: ser freira, ser padre. Eu tinha 16 anos e senti que o Senhor queria que eu fosse padre. Aqui estou! Sou um padre. Esta é a resposta”.
O pontífice ainda disse aos pequenos que a vocação é algo que se sente no coração: “sabe quando uma criança sente simpatia em seu coração e a simpatia continua, e sente amor por uma menina e eles começam a namorar e logo se casam? É assim que se sente o coração quando o Senhor diz: ‘Tem que seguir o caminho para ser um sacerdote’”. Foi assim que eu senti. Como sentimos as coisas boas da vida. Porque ser sacerdote é bom”.