O presidente norte-americano Joe Biden confirma seu apoio ao aborto e acrescenta que o seu governo está "profundamente comprometido" com a defesa do que chama de "direito estabelecido".
A declaração foi feita em resposta à nova legislação pró-vida que acaba de entrar vigor no Estado do Texas.
Embora se declare católico, Biden se posiciona em explícita contradição com a doutrina da Igreja sobre a gravidade do aborto.
O Catecismo da Igreja Católica descreve o extermínio proposital de um ser humano em seus estágios iniciais de desenvolvimento como "gravemente contrário à lei moral" e exorta os legisladores a protegerem a vida humana desde o momento da concepção até a morte natural. O número 2273 reforça que, se a lei priva um grupo de seres humanos dessa proteção, então o Estado está negando, de fato, a igualdade de todos perante a lei.
Contrariando abertamente estes preceitos, Joe Biden afirmou que o seu compromisso é com o "direito constitucional estabelecido" pela decisão em favor do aborto que a Suprema Corte do país tomou em 1973.
Ele reforçou que "protegerá esse direito".
Quanto à nova legislação que entrou em vigor no Texas nesta quarta-feira, 1º de setembro, trata-se da popularmente denominada "Lei do Batimento Cardíaco". Ela determina que os médicos devem examinar o bebê em gestação antes de realizarem o aborto e, caso detectem batimentos cardíacos, ficam legalmente proibidos de executar o procedimento, exceto em situações de emergência médica.
Os cidadãos também têm o direito de processar qualquer pessoa que realize um aborto ilegal ou que coopere para a sua realização.
Para Biden, "a lei do Texas afetará significativamente o acesso das mulheres ao atendimento médico de que precisam, principalmente nas comunidades de cor e entre as pessoas de baixa renda".
A vice-presidente Kamala Harris também se pronunciou rapidamente a favor do aborto, mediante comunicado oficial em que tacha a lei texana de "ataque total à saúde reprodutiva". Ela acrescenta que o governo "Biden-Harris lutará sempre para proteger o acesso ao atendimento médico e defender o direito da mulher de tomar decisões sobre o seu corpo e determinar o seu futuro".
Para os grupos defensores do direito inegociável à vida humana desde a concepção, tanto o eufemismo "saúde reprodutiva" quanto a narrativa ideológica de que um bebê seria "parte do corpo" da gestante são sofismas anticientíficos da militância pró-aborto.
Grupos católicos pró-vida, como o CatholicVote, afirmaram que "proteger a vida humana inocente ainda não nascida é um alicerce para se construir uma civilização do amor". Quanto ao fato de que Joe Biden confirma apoio ao aborto, o mesmo grupo acrescentou, sem panos quentes:
"É mais do que vergonhoso ver um presidente católico dos Estados Unidos atacar esse esforço pela proteção das crianças e das mães no Texas (...) Mais uma vez, o presidente Biden trai a sua fé".