A rainha Elizabeth II, do Reino Unido, recusou educadamente, nesta semana, o prêmio de "Idosa do Ano": por meio do secretário Tom Laing-Baker, ela declarou que não se sente idosa e faz votos de que os organizadores da premiação a dediquem a alguém "mais digno" do que ela.
A carta-resposta do secretário foi enviada a Gyles Brandreth, presidente da revista "The Oldie", cujo prêmio "Oldie Of The Year" ("Idoso do Ano") existe há quase três décadas. Na missiva de parte da monarca de 95 anos de idade, o secretário informa:
"Sua Majestade acredita que uma pessoa é idosa na medida em que se sente idosa, bem como considera que não atende aos critérios para aceitar o prêmio e espera que seja encontrado um destinatário mais digno".
A premiação, aliás, já tinha sido recusada também pelo esposo de Elizabeth II, o príncipe Philip, falecido em abril aos 99 anos.
Idosa do Ano
Houve quem criticasse a rainha pela recusa do prêmio, tachando-a de arrogante ou acusando-a de renegar a própria idade como se a velhice fosse um demérito.
Outras pessoas, porém, interpretaram o episódio a partir de uma perspectiva mais positiva e elogiaram a monarca pela postura, já que a idade, por si só, não constitui necessariamente um mérito: o que merece premiação e reconhecimento são os atos das pessoas e não a sua idade.
Como quer que seja, o episódio é uma oportunidade de se refletir sobre a relevância de honrar os mais velhos e, ao mesmo tempo, a importância de manter a jovialidade de espírito independentemente dos anos já vividos.
A própria revista The Oldie reagiu elogiosamente à resposta aparentemente negativa da rainha: o site da publicação opinou que esta foi a "mais educada não-aceitação da história".
Cada um escolha o ponto de vista que mais o edifique.