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Como falar da morte com os filhos?

Oração pelo eterno descanso de uma criança
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Prof. Felipe Aquino - publicado em 15/11/21
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Santa Teresinha disse ao morrer: “não morro, entro para a vida”

Fé não é insensibilidade e dureza de coração. Você pode chorar, até diante dos filhos, mas chore como quem tem fé na ressurreição. Veremos os mortos na eternidade.

Diante da dor da morte, gosto de me lembrar de Nossa Senhora aos pés da cruz do seu Amado. Ela perdeu o Filho Único, Deus, morto de uma maneira tão cruel como nenhum de nós o será. Ela perdeu muito mais do que nós e não se desesperou. Certamente chorou muito… mas nunca se desesperou e nunca perdeu a fé. Aos pés da cruz de Jesus estava de pé (stabat!). Podemos chorar os mortos; as lágrimas são o tributo da natureza, mas sem desespero e sem desilusão.

Até o céu: lá nos voltaremos a ver, ensinam os santos. Que grande felicidade será para nós poder encontrá-los, depois de ter chorado tanto a sua ausência! Não nos deixemos levar ao desespero quando alguém parte; não somos pagãos. Lá não haverá mais pranto, nem lágrimas e nem luto.

No Céu

São Francisco de Sales disse: “Meu Deus, se a boa amizade humana é tão agradavelmente amável, que não será ver a suavidade sagrada do amor recíproco dos bem-aventurados… Como essa amizade é preciosa e como é preciso amar na terra, como se ama no Céu!”

São Tomás de Aquino garante que no Céu conheceremos nossos parentes e amigos. Diz o santo doutor:

“A contemplação da Essência Divina não absorve os santos de maneira a impedir-lhes a percepção das coisas sensíveis, a contemplação das criaturas e a sua própria ação.

Reciprocamente, essa percepção, essa contemplação e essa ação não os podem distrair da visão beatífica de Deus” (S. Teológica, 30, p. 84).

A morte não é o aniquilamento que pregam os materialistas sem Deus, mas o renascimento da pessoa. A Igreja reza na Liturgia que “a vida não é tirada mas transformada”.

Felicidade eterna

Só o cristão valoriza a morte e é capaz de ficar de pé diante dela. Deus não nos criou para o aniquilamento, mas para a sua glória e para o seu amor. Fomos criados para participar da felicidade eterna de Deus.

Santa Teresinha disse ao morrer: “não morro, entro para a vida”.

A árvore cai sempre do lado em que viveu inclinada; se vivermos inclinados ao Coração de Jesus, nele cairemos.

É preciso saber educar os filhos também diante da morte. A psicologia recomenda, por exemplo, que os pais deixem os filhos verem os mortos, se assim eles desejarem, embora não devam forçá-los.

Fale da morte com naturalidade aos filhos, e aproveite o momento para ensinar sobre o céu e sobre a ressurreição. Não se pode permitir que as crianças assistam cenas de desespero diante da morte, mesmo que se possa manifestar a dor e sofrimento diante delas.