O Afeganistão passou a ocupar um triste 1º lugar na lista dos piores países para cristãos atualmente, "superando" em termos de opressão religiosa a também terrível situação da Coreia do Norte, que "liderou" o ranking da perseguição religiosa durante 20 anos.
Não é que a situação norte-coreana tenha melhorado: o cenário afegão é que piorou drasticamente. Este fato é explicitamente reforçado por David Curry, presidente da organização responsável pela elaboração do relatório, a ONG Portas Abertas, que monitora a perseguição aos cristãos no mundo inteiro. Ele comenta:
A segurança dos cristãos se tornou inexistente no país agora controlado oficialmente pelos fanáticos talibãs. De acordo com o relatório "World Watch List 2022", da Portas Abertas, os poucos cristãos que vivem no Afeganistão precisam fugir ou se esconder: eles são alvo dos talibãs não só por causa da fé, mas também por serem tachados de "traidores do país" e "inimigos do povo".
David Curry enfatiza:
Piores países para os cristãos hoje
A lista dos piores países para os cristãos hoje continua longa.
Depois do Afeganistão e da Coreia do Norte, o bloco dos 10 piores é completado pela Somália, Líbia, Iêmen, Eritreia, Nigéria, Paquistão, Irã e Índia.
Seguem-se Arábia Saudita, Mianmar, Sudão, Iraque e Síria.
Radicalismos islâmico e hinduísta e ditaduras comunistas
Destes 15 países, 12 perseguem os cristãos por causa do radicalismo islâmico. Os outros 3 são a Índia, onde a causa é o extremismo hinduísta; Mianmar, cujo regime militar ditatorial enxerga os cristãos como inimigos; e a própria Coreia do Norte, cuja ditadura comunista é violentamente antirreligiosa em decorrência da própria ideologia, que é materialista e, por conseguinte, ateia em essência.
Na também comunista ilha de Cuba, as pressões internacionais ao longo de décadas suavizaram a imposição do ateísmo e hoje a religião é tolerada, mas o país continua na lista dos 50 piores para cristãos, na posição 37.
O comunismo é a causa principal da perseguição aos cristãos também na China, que aparece em 17º lugar entre os piores países para cristãos. Teoricamente, o regime de Pequim tolera grupos religiosos, mas exige que sejam cadastrados e fiscalizados pelo Partido Comunista, o que, na prática, elimina a liberdade religiosa e censura severamente a doutrina e o culto. Os mais de 100 milhões de cristãos que resistem à imposição do ateísmo de Estado são alvo frequente de perseguição do governo, sobretudo os que se recusam a aderir às associações controladas pelo regime. No país, além dos cristãos, outras crenças religiosas também são perseguidas, em especial os muçulmanos da etnia uigur. De fato, "em nome dos cristãos e muçulmanos perseguidos na China", a ONG Portas Abertas está apoiando oficialmente o boicote à edição deste ano dos Jogos Olímpicos de Inverno, sediados em Pequim.
360 milhões de cristãos perseguidos
O levantamento da Portas Abertas quantifica 360 milhões de cristãos perseguidos especificamente por serem cristãos, o que quer dizer que 1 em cada 7 cristãos no mundo é vítima de algum grau de perseguição por causa da fé.
O relatório demonstra que os cristãos são a religião mais perseguida do planeta e, dentro deste grupo, as mulheres cristãs compõem o subgrupo "mais vulnerável do mundo na atualidade". Elas são alvo permanente de sequestros para conversões forçadas e casamento impostos com muçulmanos, geralmente bem mais velhos, em diversos países islâmicos. Esta realidade é particularmente grave no Paquistão.