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Moçambique: que o mundo não esqueça Cabo Delgado, pede bispo

MOZAMBIQUE
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Reportagem local - publicado em 13/03/22
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Ele lembra que os campos de reassentamento acolhem milhares de “pessoas necessitadas”, e que muitas “não conseguem ter o alimento diário”

“A violência terrorista continua a ter os seus efeitos em Cabo Delgado e a crise humanitária ainda está presente. Infelizmente, a situação não é muito visualizada nos últimos momentos e divulgada com a mesma intensidade como foi há algum tempo atrás, mas o sofrimento do povo de Cabo Delgado ainda continua”, alerta D. António Juliasse, em mensagem enviada para a Fundação AIS após a sua nomeação, há uma semana, a 8 de Março, como Bispo de Pemba pelo Papa Francisco. 

Lembrando que os campos de reassentamento acolhem milhares de “pessoas necessitadas”, e que muitas “não conseguem ter o alimento diário”, além de terem necessidades também ao nível da “de assistência médica e medicamentosa”, o Bispo apela à solidariedade de todos para com esta região tão empobrecida de Moçambique. 

Sofrimento

“Renovo o apelo para que o mundo não esqueça Cabo Delgado e não esqueça o sofrimento que há, porque se nos esquecermos isso será grave, [pois] há imensa gente ainda dependente das ajudas que chegam de todo o lado, e, portanto, é preciso ainda continuar a salvar as vidas nestas condições de extrema pobreza”, disse o prelado que desempenhava já as funções de administrador apostólico nesta diocese além de que era também bispo auxiliar de Maputo.

Na mensagem gravada, D. António Juliasse fala ainda em “profunda gratidão” ao Santo Padre, lembrando que ele “está atento ao que está a acontecer” em Moçambique, assim como “às necessidades da Igreja Católica” neste país africano de língua portuguesa. O Bispo refere ainda uma “atenção especial de comunhão e proximidade do Papa Francisco com as peculiaridades da Igreja diocesana de Pemba, Cabo Delgado, que passa por momentos difíceis causados pela violência do terrorismo”.

Pemba

Em Setembro do ano passado, em entrevista à Fundação AIS, D. António Juliasse Ferreira Sandramo referia, pela primeira vez, a “disponibilidade total” para assumir em plenitude os destinos da Diocese de Pemba se essa fosse a vontade do Santo Padre, o que agora se confirmou.

Nessa entrevista, o prelado fez questão também de sublinhar toda a solidariedade e interesse que a Fundação AIS sempre manifestou pela Igreja em Moçambique e em especial pela Diocese de Pemba, particularmente afectada pela violência terrorista que irrompeu no território em Outubro de 2017 e que já causou mais de três mil mortos e mais tambm de 800 mil deslocados.

“Sinto, desde que estou cá em Cabo Delgado, que o interesse da Ajuda à Igreja que Sofre por Cabo Delgado tem sido muito especial. Tanto pelas mensagens que passam pela rádio, a focalização no drama humanitário que acontece em Cabo Delgado, e também a maneira como faz chegar isso às pessoas, que podem também olhar para este problema e partilhar o que têm. Tem sido de uma força excepcional. E eu quero, em nome da Diocese de Pemba, e do povo de Cabo Delgado, agradecer todas as ajudas que recebemos…”