Dom Jude Ayodeji Arogundade, bispo de Ondo, na Nigéria, rebateu a peculiar narrativa de políticos europeus, em particular do presidente da Irlanda, Michael Higgins, de que o massacre perpetrado em pleno Domingo de Pentecostes na igreja de São Francisco em Owo tenha sido causado por… mudanças climáticas.
Pelo menos 40 pessoas foram assassinadas no covarde atentado.
Mudanças climáticas?
Dom Jude escreveu:
Michael Higgins havia lamentado o ataque mediante comunicado, mas, no mesmo texto, rejeitou as atribuições do ataque a "povos de pastores que estão entre as maiores vítimas das consequências das mudanças climáticas".
A referência do presidente irlandês é aos pastores nômades da etnia fulani, minoria muçulmana espalhada por diversos países ao sul do deserto do Saara, incluindo a Nigéria. Com base em imagens do massacre, considera-se, ainda não comprovadamente, que os bandidos armados que invadiram a igreja e alvejaram os fiéis indefesos sejam milicianos fulani. O grupo tem histórico violento de ataques contra cristãos no país e mantém vínculos com o bando terrorista islâmico Boko Haram e com o braço do Estado Islâmico atuante no Sahel.
Políticos europeus, normalmente rápidos em deplorar ataques contra civis, têm se omitido no tocante às perseguições direcionadas especificamente contra os cristãos, além de negligenciarem sistematicamente a violência do radicalismo islâmico na Nigéria, embora ela se arraste há anos e guarde um histórico estarrecedoramente sangrento.
Traçar um suposto vínculo entre o enésimo massacre de cristãos na Nigéria e supostas "causas climáticas" que transformariam em vítimas quem é cúmplice recorrente do terrorismo parece ter ido além dos limites do tolerável para dom Jude.
A resposta de dom Jude, na íntegra
Eis a resposta completa que o bispo nigeriano escreveu: