O governo ditatorial da Nicarágua proibiu a realização de uma procissão com a réplica da imagem de Nossa Senhora de Fátima que visitava Manágua, a capital do país. A procissão deveria acontecer no sábado, 13 de agosto de 2022.
Um comunicado oficial da arquidiocese explicou o motivo do cancelamento forçado da procissão:
"A Polícia Nacional nos comunicou que, por motivo de segurança interna, não permite a realização da procissão prevista para as sete horas da manhã deste próximo 13 de agosto, atividade programada em ocasião do Congresso Mariano e do encerramento da peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Fátima no território nacional."
De fato, a polícia nicaraguense tem proibido grandes aglomerações públicas, com exceção daquelas que são organizadas pelo regime de Daniel Ortega.
Em resposta ao cancelamento da procissão, a arquidiocese convidou os fiéis a comparecerem à catedral de Manágua "chegando a pé ou em veículos particulares de forma pacífica para rezar pela Igreja e pela Nicarágua."
No lugar da procissão, houve a reza do Santo Terço, celebração da Missa, bênção de réplicas da imagem de Nossa Senhora de Fátima, o encerramento do Congresso Mariano e a oração do Angelus. Tudo transmitido ao vivo pelas redes sociais.
Santa Sé e OEA
A perseguição do governo da Nicarágua à Igreja foi discutida em uma sessão especial da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Após a discussão, 27 dos 34 Estados Membros da organização votaram favoravelmente a um apelo ao presidente Daniel Ortega para por fim ao assédio contra a Igreja no país. Esse apelo é uma demonstração que a organização pan-americana condena as medidas repressivas do governo contra a Igreja e outras instituições civis e políticas do país.
O observador permanente da Santa Sé junto à OEA, monsenhor Juan Serrano falou sobre a preocupação do Vaticano em relação à situação da Igreja na Nicarágua e convidou os Estados Membros a encontrar "formas de entendimento, baseadas no respeito e na confiança recíproca, visando o bem comum e a paz".
O monsenhor Serrano também reforçou que a Santa Sé está "sempre pronta a colaborar com quem dialoga", e que o diálogo é "instrumento indispensável da democracia e garante uma civilização mais humana e fraterna".