A Arquidiocese de Belém reagiu a uma infeliz declaração do prefeito da capital paraense, Edmilson Rodrigues (PSOL), que tratou de desvincular o Círio de Nazaré da Igreja Católica durante um evento de campanha do candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A afirmação do prefeito
Durante evento com Lula na quinta-feira, 1º de setembro, o prefeito entregou uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré a Rosângela Silva, mulher do candidato, e afirmou:
A contestação da arquidiocese
Em justa reação à intromissão ideológica e eleitoreira do prefeito na religiosidade popular dos fiéis paraenses, a Arquidiocese de Belém avisou que "jamais" permitirá "qualquer manifestação que pretenda se apossar e muito menos ultrajar nossa fé católica".
Neste sábado, o arcebispo dom Alberto Taveira assinou uma "nota de esclarecimento sobre o uso indevido do Círio em manifestação pública", documento que é firme em desautorizar a frase do político:
A arquidiocese acrescenta que "o Círio é tido como a maior festa religiosa do mundo, uma grandiosa manifestação de fé e devoção a Nossa Senhora de Nazaré, inclusive reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO".
A nota registra a "significativa influência" do Círio "na cultura paraense" e enfatiza o seu caráter popular aberto à participação de todo o povo, "independente de sua devoção", mas "sem deixar de ser expressão plenamente católica".
A versão do prefeito
A repercussão negativa da fala de Edmilson Rodrigues levou o prefeito a lançar uma nota pública na qual diz pedir "desculpas às pessoas de boa fé que, porventura, tenham se sentido ofendidas" com aquilo que descreveu como "interpretação maldosa de minha declaração".
Dizendo-se alvo de "manipulação política", ele acrescentou:
