Como se explica a existência do purgatório? As dúvidas de um leitor a este respeito foram apresentada ao pe. Cido Pereira, que assina uma coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana.
Eis a resposta do pe. Cido:
"A Igreja ensina, baseada no Evangelho, particularmente na Palavra de Jesus, a respeito do pecado contra o Espírito Santo, pecado este que não tem perdão nem nesta nem na outra vida ou nem neste mundo nem no mundo vindouro, apesar da misericórdia de Deus não ter limites.
E por que o pecado contra o Espírito Santo não tem perdão nem neste nem no outro mundo?
Porque este pecado leva a pessoa a se desesperar e a dizer que nem Deus pode perdoá-la; porque certas pessoas são tão orgulhosas que acham que irão mesmo para o céu ainda sem merecer; porque a pessoa pode se encher de inveja das graças recebidas pelo próximo julgando que Deus foi injusto; ou porque a pessoa não tem vontade alguma de mudar de vida.
Mas o que há de mais bonito nisso tudo é que, quando Jesus diz que há pecados que não serão perdoados nem neste nem no outro mundo, Ele está afirmando, então, que há pecados que são perdoados no outro mundo, não é mesmo?
Pois então isso vem a aumentar a certeza do purgatório, ou seja, aquele tempo em que a alma passa por um período de purificação antes de contemplar o rosto de Deus na eternidade".
O padre prosseguiu, explicando um pouco mais sobre a existência do purgatório e sobre a necessidade de rezarmos pelas almas que lá se purificam:
"Quem morre sem o pecado mortal, quem morre com as penas temporais dos pecados perdoados, quem morre com pecados veniais, passa pelo purgatório para se purificar antes de entrar na vida em plenitude junto de Deus.
É por isso que a Igreja ora pelos mortos. É por isso que se oferecem missas pelos mortos. É por isso que Nossa Senhora de Fátima ensinou aos pastorinhos a quem ela se manifestou a breve e bonita oração para rezar após cada dezena do Terço:
'Ó bom Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, especialmente as que mais precisarem'".
Por fim, o pe. Cido exortou:
"Rezemos pelas almas do purgatório para que possam logo contemplar a face do Deus do amor".