Carlo Acutis tinha uma forte ligação com os anjos e tinha criado uma relação pessoal e especial com o seu próprio anjo da guarda. Para alguns, o anjo da guarda é uma vaga memória de infância. Mas para Carlo, era uma presença diária. Ele estava convencido de que o anjo da guarda é um dom precioso e único que Deus dá a cada um de nós para nos guiar até ao Céu. No seu livro "O Segredo do Meu Filho", Antonia Salzano diz que Carlo lhe citava frequentemente uma frase que tinha recebido do seu anjo da guarda: "Não o amor-próprio, mas a Glória de Deus".
Carlo sabia que o ego humano voltado para o interior é o princípio de todo orgulho e pecado. Afasta de Deus e do verdadeiro Bem, tirando a paz da alma. O jovem Beato estava consciente da importância de colocar Deus em primeiro lugar, e não a si próprio, e de sempre virar o olhar para Ele.
O anjo sorridente de Rheims
Ao longo da sua vida, Carlo Acutis desenvolveu uma relação de confiança e cumplicidade com o seu anjo da guarda. Não sabendo qual era o seu nome, decidiu chamá-lo de Gabriel. Um dia, enquanto lia um livro, descobriu uma fotografia do anjo sorridente na fachada ocidental da catedral gótica em Reims. Ficou imediatamente fascinado por este magnífico anjo, o símbolo da cidade antiga. Sentiu-se tão atraído pela fotografia que decidiu guardá-la como recordação da estátua e confiou à sua mãe: "Penso que o meu anjo da guarda se parece com aquele anjo de Reims.
Devoção aos anjos
Todos os dias Carlo sentia-se acompanhado por um anjo invisível. Sentiu a sua presença a seu lado e muitas vezes voltou-se para ela, rezando e experimentando a sua ajuda concreta. Tinha esta devoção ao seu anjo da guarda desde a infância. O que mais contribuiu para fortalecer a sua fé neste mensageiro celestial foi a leitura das vidas de santos que tinham experimentado manifestações angélicas, bem como uma peregrinação que ele tinha feito com a sua família.
Ao nosso lado está um espírito celestial que, desde o berço até o túmulo, nunca nos abandona, nem sequer por um momento
Em particular, foi marcado pela vida de certos santos italianos, tais como Santa Gemma Galgani, Santa Zita e São Padre Pio. Para este grande santo capuchinho, o seu anjo da guarda era de fato um amigo muito fiel. Ele gostava de dizer que "ao nosso lado está um espírito celestial que, desde o berço até ao túmulo, nunca nos abandona, nem sequer por um momento". Esta é de fato uma das missões do nosso anjo da guarda: acompanhar-nos, desde o momento da nossa concepção, ao longo do caminho da nossa vida, até ao Paraíso, para contemplar Deus conosco para sempre.
A relação de Carlo com o seu anjo da guarda foi também reforçada por uma peregrinação ao santuário de São Miguel Arcanjo na Apúlia, Itália, onde se diz que o Arcanjo apareceu quatro vezes, de acordo com uma obra hagiográfica datada do século V. Até São Francisco de Assis foi para lá e o Padre Pio enviava frequentemente pessoas que eram particularmente atormentadas pelo diabo. Desde esta peregrinação, que o tocou profundamente, Carlo Acutis tinha desenvolvido o hábito de rezar todos os dias a Coroa Angélica, dedicada aos 9 Coros de Anjos, o que se tornaria uma oração muito importante para ele. Teve então a ideia de criar uma exposição virtual sobre a experiência dos santos com os anjos.
As missões do Anjo da Guarda
O Beato Carlo Acutis conhecia a missão dos anjos, que é em primeiro lugar acompanhar as pessoas na Terra, proteger a Criação e ser mensageiros do Todo-Poderoso. Contudo, a sua mãe Antónia revela no seu livro que Carlo estava convencido de que não é possível beneficiar da ajuda dos nossos anjos da guarda quando consentimos no pecado, porque isso cria um compromisso espiritual da nossa parte.
De fato, ele disse que o apego e a perseverança no pecado nos separa da união com Deus e os anjos, e nos torna presas fáceis dos ataques do Maligno. Por outro lado, ao procurar seguir o caminho da santidade e ao estabelecer uma relação pessoal e especial com o nosso anjo da guarda, podemos beneficiar das suas inspirações, da sua proteção e da sua intercessão por nós junto de Deus!