O cardeal canadense Marc Ouellet, prefeito do dicastério vaticano para os bispos, emitiu comunicado oficial informando que processará uma mulher que o acusou sem provas de ter perpetrado abusos sexuais contra ela quando era arcebispo de Québec.
Em 16 de agosto deste ano, o cardeal foi denunciado juntamente com mais de 80 sacerdotes e leigos daquela arquidiocese, em ação coletiva que os acusava desse tipo de crime. Ouellet, em particular, estava sendo acusado de "ter tocado de maneira inadequada uma estagiária entre 2008 e 2010".
No comunicado divulgado neste 13 de dezembro, o cardeal afirma:
"Em declaração datada de 19 de agosto, neguei firmemente essas acusações infames e difamatórias feitas injustamente contra mim. Em honra à verdade, quero enfatizar que nunca cometi os atos de que a demandante me acusa".
E acrescentou:
"Após investigação preliminar, o Papa Francisco considerou que não havia provas suficientes para iniciar uma investigação canônica por abuso sexual. Intento hoje uma ação legal por difamação diante dos tribunais de Québec para demonstrar a falsidade das acusações feitas contra mim e restabelecer a minha reputação e a minha honra".
O cardeal traça ainda uma justa distinção entre as verdadeiras vítimas de abusos sexuais e aquelas pessoas que se utilizam desse tipo de alegação para caluniar:
"As vítimas de abusos sexuais têm o direito a uma justa indenização pelos danos que sofreram. Sou sensível ao seu sofrimento e reitero a elas a minha sincera solidariedade. O seu direito à justiça não está sendo colocado em discussão pela minha ação legal, que é, todavia, dolorosamente necessária para defender a verdade, a minha reputação e a minha honra".
Ouellet anunciou que o valor da causa, caso a ganhe, será destinado à "luta contra os abusos sexuais das populações indígenas do Canadá".