Por ocasião do ano novo, tem sido habitual que o Papa Francisco exponha aos embaixadores creditados junto à Santa Sé um panorama das preocupações da Igreja com as fontes de violência em todo o planeta.
No encontro deste ano, em 9 de janeiro de 2023, ele começou pela Ucrânia e foi citando cerca de vinte regiões que sofrem hoje grande tensão. Francisco também destacou as recomendações para a paz: desarmamento das nações, educação, revisão das relações multilaterais, entre outros tópicos.
Durante a reunião na Sala das Bênçãos do Vaticano, o Papa expressou os principais pontos de atenção e vigilância da Santa Sé, que mantém relações diplomáticas com 184 Estados. Neste ano, o pontífice de 86 anos defendeu, mais uma vez, o direito à vida e a liberdade religiosa.
Em seu texto baseado na encíclica Pacem in Terris, escrita em 1963 por São João XXIII, o pontífice argentino descreveu a o que chama de “Terceira Guerra Mundial” em andamento, apresentando uma visão geral dos conflitos no globo.
“Hoje está em curso a Terceira Guerra Mundial de um mundo globalizado, em que os conflitos parecem afetar diretamente apenas algumas áreas do planeta, mas envolvem substancialmente a todos”.
Ele reforçou que o exemplo mais próximo e recente “é justamente a guerra na Ucrânia, com o seu rastro de morte e destruição”.
Diante de diplomatas de todo o mundo, o Papa reiterou o seu apelo "ao fim imediato deste conflito sem sentido, cujos efeitos afetam regiões inteiras, mesmo fora da Europa, pelas suas repercussões nos campos energético e alimentar, em particular na África e no Oriente Médio".
Outros focos do discurso papal foram a Síria, o conflito Israel-Palestina, a sua próxima viagem à República Democrática do Congo, os conflitos em várias partes da Ásia e da África, o "enfraquecimento democrático" e as crises políticas no Peru e no Haiti.
Francisco dedicou ainda um amplo espaço aos desafios da imigração, à defesa da vida, ao papel da mulher, à liberdade religiosa e aos efeitos das mudanças climáticas, entre outros temas da atualidade.