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A cura do homem da mão seca à luz da Medicina e da Fé

Jesus estende a mão ao pecador
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Igor Precinoti - Vanderlei de Lima - publicado em 29/01/23
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Fazendo uma análise das Escrituras à luz dos conhecimentos médicos atuais, qual seria o problema na mão daquele homem e como a Medicina o trataria hoje?

No Evangelho de São Lucas 6,6-10, é descrita a cura do homem da mão seca.

“Num outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Lá estava um homem que tinha a mão direita seca. Os escribas e os fariseus observavam Jesus, para ver se ele faria uma cura no dia de sábado, a fim de terem motivo para acusá-lo. Ele, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão seca: ‘Levanta-te e fica aqui no meio!’. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse-lhes: ‘Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?’. Passando o olhar sobre todos eles, Jesus disse ao homem: ‘Estende a mão!’. O homem assim o fez e a mão ficou curada.”

Fazendo uma análise das Escrituras à luz dos conhecimentos médicos atuais, qual seria o problema na mão deste homem e como a Medicina o trataria hoje?

Raciocinemos! Todas as células e órgãos do corpo necessitam de oxigênio e nutrientes. Ora, estes componentes são distribuídos para todas as partes do corpo através dos vasos sanguíneos. Existem, porém, algumas situações em que esta distribuição de oxigênio e nutrientes se torna prejudicada, ocorrendo sofrimento e até a morte das células e órgãos que deixam de ser nutridos adequadamente. Pois bem, quando este suprimento é criticamente insuficiente pode levar a uma condição chamada gangrena. 

A gangrena é uma doença caracterizada pela deterioração dos tecidos do corpo. Pode resultar de comprometimento dos vasos sanguíneos (causando uma isquemia) ou de alguma infecção. Quando essa gangrena é causada por infecção, a chamamos de úmida; se é causada pela isquemia (comprometimento dos vasos sanguíneos), é chamada de seca. Na gangrena seca, o local afetado (normalmente as mãos, os pés, os dedos etc.) torna-se frio, tem uma coloração escurecida e, aos poucos, vai perdendo líquido para o ambiente, desidrata-se. Com o tempo, o local afetado vai diminuindo de tamanho, ficando cada vez mais seco e a pele se escurece tomando uma aparência mumificada. 

Estas características nos permitem concluir que a doença a atingir o homem referido por São Lucas era uma gangrena seca. E atualmente, com todo conhecimento e tecnologia que temos, a única opção terapêutica para a gangrena seca é ainda a amputação do local. Ora, considerando que os tratamentos para a gangrena são mutilantes, o ideal é a prevenção. Por isso, é importante conhecer os fatores que estão relacionados ao surgimento da doença. São eles: diabetes, tabagismo, uso de drogas, uso prolongado de torniquetes, mas, dentre todas os fatores mencionados, o tabagismo é o maior. Desta forma, é importante que todos os que ainda possuem esse hábito façam um exame de consciência e procurem ajuda para interromper o uso do tabaco.  

Do ponto de vista teológico, sem entrarmos na exegese (= interpretação) do texto em si, devemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que a cura narrada por São Lucas é um verdadeiro milagre. A etimologia da palavra milagre se prende a miraculum, i, do Latim, e quer dizer algo admirável ou capaz de despertar admiração. Na Teologia, se liga a semeion, do grego, e quer dizer sinal. Sinal de Deus para confirmar algo por Ele apresentado aos homens. É a sua assinatura única e infalsificável.

Para se ter o milagre, precisamos estar diante de um fato real, inexplicável pelas ciências contemporâneas ao fato em questão e tal ocorrência se dar em autêntico contexto religioso. Vejamos: 1) Real – O episódio apresentado como possível milagre há de ser um caso autêntico, histórico, passível de pesquisas e comprovações. 2) Inexplicável pelas ciências contemporâneas ao fato – O fato real deve ser submetido ao exame de cientistas da área em foco, sejam eles de quais correntes filosóficas ou religiosas forem, desde que ajam com honestidade e real espírito científico perante a questão. 3) Realizado em autêntico contexto religioso – Para a Igreja não basta ter um fato real e inexplicável pelas ciências contemporâneas a ele. É preciso que tal fato seja realizado num contexto de fé pura e autêntica em resposta à prece humilde dos fiéis ou em confirmação a uma doutrina da qual se tem dúvida.

Eis uma passagem bíblica que muito une a Medicina e a Fé.

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