Ela ficou sozinha com cinco filhos e as dívidas do marido: “Quando eu não podia mais, Deus fazia por mim”

Há cerca de 15 anos, Stanka Kašnar ficou sozinha com cinco filhos e enormes dívidas devido aos negócios fracassados de seu marido. Em seu forte testemunho, ela mostra como Deus não a abandonou mesmo nas provações mais difíceis.

A mãe de Stanka cresceu em uma família de camponeses, sendo a mais velha de cinco filhos. Ela foi marcada pela guerra e pelo período do pós-guerra. O pai de Stanka veio de uma família de nove filhos e, como penúltimo filho, logo teve que sair de casa. Eles se conheceram em Sekofja Loka, ambos católicos praticantes. "Assim, para nós, aos domingos, era um ritual nos levantarmos e irmos à igreja". Ambos os pais eram cantores, também interessados por teatro, e seu pai levou as crianças para passeios nas montanhas desde muito cedo.

Em um ambiente de profundo secularismo na Eslovênia, enquanto crescia, ela primeiro notou o contraste entre o que lhe ensinavam em casa e, por outro lado, na escola. Na quarta série, sua confusão só se aprofundou. "Percebi que eu mesma tinha que resolver o problema. Pensei muito. Naquela época, não havia livros para eu aprender. […] Logo cheguei à conclusão de que Deus simplesmente é. É impossível que esta maravilhosa criação não pudesse ter sido criada por nosso Criador. Era lógico, e não havia ninguém que pudesse me convencer do contrário".

Nos anos seguintes, Stanka ansiava por uma experiência mais pessoal com Deus. Ela participou de exercícios espirituais e aos poucos começou a conhecer a Palavra mais profundamente. Em seu segundo ano na faculdade, ela se juntou a um grupo bíblico. "Lá, a Palavra se tornou cada vez mais próxima de mim. Notei que havia muitas coisas que eu nem sabia, apesar de ter estado na Igreja durante toda a minha vida".

Ela também conheceu seu marido no grupo e, após alguns anos, eles se casaram. "Estávamos bem à frente em certas coisas", ela reflete hoje. Eles passaram os primeiros anos de seu casamento com seus pais, construindo uma casa, tendo filhos. "Foi um tempo intenso e de muito trabalho e correria". Daqueles momentos, ficou "a culpa de, muitas vezes, ter negligenciado Deus".

Em algum momento, seu marido ficou gravemente doente e foi diagnosticado com câncer de testículo. "Enquanto ele estava no hospital aguardando a cirurgia, sua mãe lhe deu um livro religioso. Ela chorou enquanto o lia, mas não sabia por que estava tão comovida. "O Espírito Santo começou a amolecer meu coração".

Ele sobreviveu à operação, mas três meses depois, em um check-up, descobriu-se que o câncer havia se espalhado. Como o médico que deveria operá-lo não estava disponível, ele foi mandado para casa no fim de semana. "Meu irmão o levou até a igreja antes. Acho que esse foi um ponto de virada para ele, e então ele aceitou profundamente Jesus, decidiu dar sua vida a Ele". Na igreja, rezaram por sua cura. E logo no check-up de segunda-feira, os médicos descobriram que o câncer havia desaparecido. "Nossa família recebeu a graça, nós experimentamos a bondade de Deus".

Stanka lembra que o período seguinte foi "o momento mais maravilhoso do casamento e para toda a família". "Estávamos colocando as coisas na base de Deus". Eu já estava acostumada a meditar na Palavra de Deus, lendo-a para as crianças todas as noites". "A Bíblia, à noite, era uma necessidade interior. Eu sabia que era a melhor e mais bela coisa que eu podia dar aos meus filhos".

Em seguida, seu marido decidiu empreender e abrir um negócio. "Por um tempo, as coisas estavam indo bem. Terminamos a casa. Tivemos nosso quinto filho. Se meu marido não tivesse recebido um milagre naquela época, ele teria sido operado, todas as suas glândulas teriam sido removidas e não haveria mais crianças. Eu estava muito grata por mais um filho. Cada criança foi um presente de Deus, mas a quinta criança foi um presente duplo".

"Ao mesmo tempo, Satanás chega onde somos mais fracos", diz Stanka. "Apesar da graça que meu marido experimentou, seu caráter não era maduro e forte o suficiente. […] As rachaduras começaram a aparecer, primeiro em uma área, depois em outra". Em um período de mudanças tecnológicas, o marido embarcou e investiu dinheiro em vários empreendimentos que acabaram fracassando.

"Infelizmente ele começou a se associar com pessoas de tipo duvidoso, e todas as nossas economias desapareceram. Então ele foi convidado a entrar no ramo imobiliário, e isso exigiu crédito. Mas chega o dia em que você tem que pagar de volta o que pediu emprestado. Quando o banco parou de emprestar, meu marido começou a tomar emprestado de agiotas". Não apenas os negócios declinaram, mas o marido lentamente começou a se afastar de Deus. Ele deixou de frequentar a igreja, e as relações em casa estavam se rompendo. Ele viajava mais e mais. "Enquanto isso, eu me sentia traída. Pouco a pouco, fui fazendo vista grossa".

No final de 2007, meu marido foi para a República Dominicana por três meses. Stanka descreve o ano seguinte como um ponto de inflexão. "Os fatos se tornam tão óbvios que você não pode mais se iludir pensando que de alguma forma isso vai dar certo". Eu só tinha sentimentos estranhos, não podia expressá-los, eu não sabia o que estava acontecendo". Cada vez com mais frequência, comecei a receber a carta de execução da hipoteca da casa. "Quando via aqueles envelopes azuis, isso me apertava o coração. Eu estava sufocada".

Seu marido voltou após três meses, mas não conseguiu explicar o que estava acontecendo. Ele ficou em casa por uma semana, e Stanka nunca pensou que seria a última vez que ela o veria. Ele fugiu de suas responsabilidades e deixou sua família com enormes dívidas. "É terrível quando a polícia e os oficiais de justiça começam a chegar para tomar sua casa e há ali cinco crianças".

"Antes, as crianças tinham tanto ouvido falar do amor de Deus, da Palavra de Deus, e de repente suas vidas são viradas de cabeça para baixo. É natural que se questionem em momentos assim".

No mesmo ano, a mãe de Stanka morreu. "Creio que se eu não tivesse uma relação com Deus, eu não teria sido capaz de sobreviver". Depois de ficar em casa e cuidar de seus filhos, ela teve que encontrar um emprego e administrar cuidadosamente o dinheiro que ganhou para que ela e seus filhos pudessem sobreviver. Mesmo ali, ela nunca deixou de ofertar o dízimo pela glória de Deus. Eventualmente, ela conseguiu um emprego melhor remunerado e então começou a longa escalada para pagar as dívidas do marido.

Ao mesmo tempo, ela enfrentou as dificuldades e o sofrimento de seus filhos. "Não fui apenas eu que fui abandonada, rejeitada, sentindo-me indigna, literalmente sozinha, mas também as crianças". "Dói para uma mãe ver seus filhos passarem por uma batalha interna. Cada uma das crianças foi afetada e processou as coisas à sua própria maneira".

Ela diz que seu filho mais velho começou a beber cada vez mais. "Eu não conseguia alcançar seu coração, e ele não conseguia se ajudar. Eu estabeleci certas regras e fiz delas uma condição para que ele continuasse morando em casa. Eu não podia mais viver com medo sempre que ele voltasse para casa. Essa decisão foi uma das mais difíceis porque ele estava sempre prometendo, e eram sempre apenas promessas. Então ele saiu de casa e seu caminho se deteriorou muito rapidamente. Ele acabou se curando apenas depois de acolher a fé e ir parar em um centro de tratamento.

Olhando para trás hoje, ela é grata por sua forte fé. "Quando eu não podia mais, Deus fazia por mim. Aprendi a viver o dia a dia. Se eu tivesse pensado sobre o que o dia seguinte ou a semana seguinte traria, eu teria enlouquecido porque era humanamente impossível de suportar. Então o Senhor me ensinou que meu próprio fardo é suficiente para o dia. Jesus não só nos tirou o pecado, Ele nos tirou a dor. Ele curou meu coração, me deu sentido, propósito e dignidade. Isto me fortaleceu, me encorajou e me desafiou".