O poeta Gerard Manley Hopkins escreveu: "Aqueles que não rezam a Jesus em sua Paixão rezam a Deus, mas raramente a Cristo". Sim, porque rezamos com paixão quando meditamos a Paixão do Senhor. Em seu "Diário", Santa Faustina relata:
"Vi Nosso Senhor Crucificado, que me disse: busque forças e luzes na Minha Paixão. Terminada a confissão, comecei a refletir sobre a terrível Paixão de Jesus e compreendi que o que eu sofro nada é em comparação com a Paixão do Salvador, e que toda imperfeição, ainda que mínima, era causa dessa terrível Paixão. Então, a minha alma foi envolvida por uma grande contrição e só então senti que me encontro no mar da insondável misericórdia de Deus. Oh! Como tenho poucas palavras para expressar o que estou sentindo. Sinto que sou como uma gota de orvalho arrebatada para a profundeza do imenso oceano da misericórdia de Deus."
Podemos nos aproximar da Paixão de Cristo em oração com esperança e muita paz. Nas palavras de Joseph Ratzinger: “O que nos olha da cruz é uma bondade que permite um novo começo em meio ao horror da vida”. E São João Paulo II acrescenta: “A cruz é como um toque de amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem”.
Meditando sobre a Paixão
Uma maneira prática de meditar a Paixão do Senhor é rezar diante de um crucifixo , pois “o coração humano converte-se ao olhar para Aquele a quem os nossos pecados trespassaram” (Catecismo 1432).
O livro "Imitação de Cristo" recomenda: “Se você não sabe meditar nas coisas celestiais, dirija seus pensamentos para a Paixão de Cristo e contemple de bom grado suas sagradas chagas”. Além disso, é claro, meditar orantemente nos mistérios dolorosos do Rosário.
O padre Simon Tugwell nos encoraja:
"É a cruz - e somente a cruz - que fornece um ponto de referência constante no caos do nosso mundo, porque lá está toda a nossa pobreza, desamparo e dor, todo o nosso anseio e toda a nossa injustiça mútua, levados para a quietude do amor eterno de Deus."