separateurCreated with Sketch.

Padre claretiano é forçado a sair da Nicarágua

sacerdote expulsado nicaragua

Pe. Donaciano Alarcón antes de missa em San Pedro Sula, Honduras, 5 de abril de 2023

whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Daniel R. Esparza - publicado em 13/04/23
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
O missionário pe. Donaciano Alarcón Valdés foi expulso pela ditadura sem aviso prévio

O constante e contínuo silenciamento promovido pelo ditador Daniel Ortega contra as vozes dissidentes na Nicarágua tem como alvo direto a Igreja Católica há pelo menos cinco anos. Entre as medidas mais recentes do regime estiveram a proibição explícita das tradicionais procissões públicas da Semana Santa em todas as paróquias do país, incluindo a Via Sacra, e a expulsão repentina e forçada de um missionário claretiano panamenho.

Na noite de 3 de abril, o regime expulsou sem qualquer aviso prévio o missionário claretiano pe. Donaciano Alarcón Valdés. Nascido no Panamá, o pároco de 49 anos exercia seu ministério na Paróquia Maria Auxiliadora, em San José de Cusmapa, quando foi forçado a sair da Nicarágua e se refugiar em Honduras.

Segundo fontes consultadas pelo jornalista Jaime Septién, da edição de Aleteia em língua espanhola, o padre teve que deixar o país sem poder levar sequer seus pertences pessoais. O regime de Ortega afirma que o pe. Alarcón organizou procissões durante a Semana Santa, desafiando a proibição governamental, e falou de política nas suas homilias.

“Não estou interessado em política, mas se o Evangelho fala de justiça, eu tenho que falar de justiça”, afirmou o pe. Alarcón à Rádio Hogar.

Segundo a mídia católica panamenha, Alarcón está bem de saúde e em segurança na cidade hondurenha de San Pedro Sula. De lá, em entrevistas a veículos do Panamá, ele explicou que não organizou nenhuma procissão nem usou suas homilias para falar de política.

À Radio Hogar, o padre explicou que não conseguiu permissão nem mesmo para pegar seus documentos. Jornais locais informaram que a polícia apreendeu o computador pessoal e o celular do sacerdote.

“Eles me disseram que eu estava sendo mandado para fora do país e que não poderia mais voltar […] Eu não sabia o que fazer. Chorei. Alguns paroquianos me ajudaram a encontrar um telefone para que eu pudesse me comunicar”, disse ele.

Segundo a reportagem de Septién para a edição espanhola da Aleteia, o pe. Alarcón foi brevemente detido pela polícia antes da missa. Os policiais lhe afirmaram que, “se continuasse fazendo o que estava fazendo, poderia ser preso ou expulso da Nicarágua”.