Quanto mais velhos ficamos, mais medos temos, principalmente porque sentimos que estamos diante de uma realidade iminente: a morte.
Esse sentimento se torna ainda mais agudo quando, em nosso círculo íntimo, nossos parentes ou amigos começam a morrer e não sabemos como lidar com isso, pois sentimos que podemos ser a próxima pessoa a partir deste mundo.
A Aleteia consultou a tanatóloga Claire Flores sobre o assunto. "Esse pode ser um sentimento normal, até certo ponto, mas se um especialista não for consultado a tempo, pode se tornar uma condição chamada tanatofobia, que é uma forma de ansiedade caracterizada pelo medo da própria morte ou do processo de morrer".
Causas da condição e como detectá-la
A causa mais comum que pode desencadear essa fobia é a existência de traumas – especialmente os ocorridos na infância – relacionados à morte de alguém próximo, perda para a qual o indivíduo não estava preparado. Também pode ser causada por experiências desagradáveis com alguns dos elementos relacionados à morte em geral, como ver um cadáver.
As pessoas que têm medo de morrer perdem a grande oportunidade que têm pela frente, que se chama vida. Muitas vezes focam mais no que vai acontecer no futuro, e deixam de viver o que têm, que é o presente.
Como detectar se alguém tem medo da morte
Verifique se você ou alguém que você conheça tem os seguintes sintomas:
- Medo imediato ao pensar na morte;
- Ataques de pânico que causam tontura, ondas de calor, sudorese e batimentos cardíacos acelerados;
- Dores no estômago ao pensar na morte;
- Sentimentos gerais de depressão e ansiedade.
Nesses casos, a tanatologia pode representar uma ajuda importante, pois permite que a pessoa se prepare para viver bem e plenamente, mesmo com todos os obstáculos que surgem; assim como saber apreciar os momentos de provação, não apenas os momentos de alegria. Um tanatologista ou um psicólogo pode ajudar uma pessoa a superar o medo da morte.
Recomendações
Claire compartilha que uma recomendação que ela dá, não só aos pacientes, mas às pessoas próximas a eles, é – antes de tudo – buscar ajuda de um profissional para que o quadro não acabe em depressão.
"Temos que ser realistas e perceber que um dia vamos morrer, e é bom nos prepararmos desde já: no amor, na gentileza, numa vida alinhada com a nossa fé, onde possamos aproveitar o tempo que nos resta", explica a especialista.
Neste ponto, o ideal é fazer todo o possível para deixar de dar atenção a todos os pensamentos fatalistas que nos impedem de aproveitar a vida e começar a dar a importância que merecem aquelas ideias com as quais nos sentimos plenamente bem e felizes.
Afinal, a morte é a única certeza da vida, então por que temê-la? É melhor aproveitar a vida plenamente, e essa decisão deve ser tomada antes que seja tarde demais e não haja tempo para nada. "Embora seja verdade que um dia vamos morrer, é mais verdade que no resto dos dias vamos viver", comentou Claire.
A única forma de dominar o medo da morte é falar e pensar sobre ela, não negá-la, como negamos tantos assuntos delicados. Lembre-se que por trás de tudo que parece ser a pior coisa da nossa vida pode estar a nossa maior benção.