As graças que Deus nos envia não dispensam o nosso empenho, trabalho e cooperação, e prova disso foi o grande Padre Pio de Pietrelcina, que antes de se tornar religioso e sacerdote, precisou de horas e mais horas de estudo assíduo na juventude. É muito belo pensar que essas horas dedicadas de estudo, prepararam o grande caminho de santidade que ele viria a trilhar ao longo da vida; que muito do que ele usou em favor da Igreja foi aprendido ali, no banquinho de madeira da sua casa, através de um esforço humilde — mas ao mesmo tempo constante — e heroico, por mais insignificante que possa parecer aos nossos olhos. É claro que nada disso anula ou diminui a ação extraordinária de Deus na vida do Padre Pio. Mais tarde, ele será conhecido, por exemplo, pelo milagre de contar os pecados de seus penitentes antes mesmo deles os revelarem. Mas, para adquirir muitos conhecimentos, o jovem Francesco precisou sentar nas cadeiras e estudar com afinco.
Seus estudos o tornaram um homem de profundo conhecimento e a busca pela Verdade o fez entender a engrenagem social por detrás do pretenso igualitarismo que se infiltrava cada vez mais na Igreja. O santo de Pietrelcina não se deixava enganar por um dos aspectos equânime do marxista — o suposto cuidado com os pobres —, pois sabia que era só um disfarce, uma sedutora isca para arrastar inocentes às mais cruéis formas de totalitarismo de que se tem notícia na história contemporânea, ao lado do fascismo e do nazismo. Em vez de escravos do Estado, os cristãos deviam ser escravos uns dos outros pela caridade, como já dizia São Paulo na “Carta aos Gálatas”. Ser marxista, para o padre Pio, era um pecado dos mais graves.
Para o padre, o marxismo tinha uma origem claramente anticrística, portanto satânica: sua pretensão é substituir Cristo como Senhor da História pela ação humana. Quanto aos marxistas, homens de carne e osso, pecadores como todos nós, o santo sabia que eles podem e devem ser procurados por nós e nossas orações, pois é nossa obrigação tentar convertê-los, fazê-los empreender a quase impossível e miraculosa caminhada que vai de Lúcifer a Jesus.
A Igreja não pode e nem quer obrigar ninguém a ser católico; ela respeita a liberdade individual que cada tem de optar em integrar outra religião, ou de não ter religião alguma, mas não descuida de sua tarefa primordial de proclamar o Evangelho a todos os povos e de conclamar a todos para caminho da salvação, que é Cristo. E se uma pessoa escolhe ser católica, o faz, obviamente, porque crê no que a Igreja crê, e está disposta a aceitar os seus ensinamentos. Aqueles que, livre e conscientemente, renegam a Fé católica e abraçam doutrinas ou ideologias que a contrariam, excluem-se a si mesmos desta santa Comunhão. Por sua própria escolha, põem-se fora do Corpo de Cristo.
Conforme o Código de Direito Canônico, os motivos para que se aplique a excomunhão "latae sententiae" são a heresia, o cisma, a violência contra o Papa, a consagração de um bispo sem mandato do Pontífice, a realização de um aborto, a profanação da Eucaristia, a absolvição de um cúmplice em caso de pecado contra o Sexto Mandamento e a violação do segredo da Confissão. A maioria dos casos de excomunhão é tratada pela Santa Sé, diretamente pelo Papa ou pela Congregação para a Doutrina da Fé. Para faltas menos graves, existe a "ferendae sententiae", pela qual a autoridade competente abre um processo, que pode ou não se concluir com a sentença de excomunhão.
Faz mais de cem anos que a Igreja Católica condena o comunismo/socialismo e qualquer tipo de interpretação imanente de sua Doutrina, além do materialismo e da igualdade material. Certas ações são proibidas aos católicos porque ofendem diretamente a Cristo e à Religião verdadeira, e favorecem os movimentos ateus e/ou anticristãos. As pessoas que insistem em seguir e/ou promover uma doutrina incompatível com a Fé católica já estão excomungadas automaticamente, sem precisar que o Papa ou um bispo as condene formalmente. O que excomunga uma pessoa é a ação da própria pessoa. Ela mesma é quem se exclui da Comunhão da Igreja, por livre vontade.
Atualmente o que se vê são igrejas sendo transformadas em palanques políticos de partidos socialistas/comunistas, clérigos participando de passeatas comunistas, teólogos influentes afirmando que Karl Marx foi um profeta divinamente inspirado a produzir sua obra. Tal estado de coisas mostra com toda a clareza porque também Nossa Senhora, em Fátima, advertiu-nos especialmente contra os perigos do comunismo. Não haveria como tal estado de coisas não ferir o zelo daqueles que procuram, na Igreja, a “Mãe e Mestra” que lhes ensine a verdade eterna do Evangelho, e não doutrinas de homens que pregam a divisão e o ódio entre as classes.
Por fim, é fato que Padre Pio incluía os comunistas entre os adversários de Deus, pois era exatamente assim que sempre pensou a Igreja: por servirem à criatura e não ao Criador. Mas também é sabido que Padre Pio converteu muitos comunistas. Há o caso quase cômico de Fulgo Pilli. Era um militar comunista metido a valente. Um dia, recebeu um desafio de certa senhora católica: se tivesse mesmo coragem, fosse à cidade de padre Pio (e com tudo pago pela Associação Católica Italiana). Pilli, soldado corajoso, aceitou ir a São Giovanni Rotondo; garantiu que voltaria de lá ainda mais comunista! Perdeu a aposta: padre Pio o converteu no confessionário. Perdeu, sim, mas nunca se sentiu tão vitorioso na vida.
Referências: