A série cristã "The Chosen" (Os Escolhidos), fenômeno mundial de audiência, será exibida na TV aberta do Brasil a partir de dezembro deste ano, pelo SBT. O anúncio veio de Daniela Beyruti, vice-presidente da emissora e filha do fundador, Silvio Santos. No entanto, ela ainda não informou qual será a data exata do início da exibição dos episódios, nem se a frequência será diária ou semanal.
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No país, a produção já estava disponível havia meses em plataformas de streaming, mas ainda não tinha chegado à televisão aberta.
Sobre a série
"The Chosen" foi viabilizada graças a uma campanha de financiamento coletivo ("crowdfunding"). O diretor, Dallas Jenkins, havia anunciado inicialmente a ideia de um curta-metragem sobre o nascimento de Jesus do ponto de vista dos pastores de Belém. O vídeo com este anúncio viralizou nas redes sociais e ele então propôs que os próprios espectadores interessados investissem na produção. Foi assim que mais de 16 mil pessoas, de dezenas de países, conseguiram conjuntamente levantar cerca de 10 milhões de dólares, viabilizando toda a primeira temporada.
A proposta da produção se ampliou: da ideia original de contar apenas o nascimento de Jesus e somente do ponto de vista dos pastores, passou a narrar toda a história de Cristo a partir da perspectiva dos Seus seguidores, com base nos relatos bíblicos sobre pessoas escolhidas por Ele para segui-Lo. É o caso de Pedro, André, Maria Madalena, Mateus, Nicodemos, entre outros - ou seja, não apenas dos doze apóstolos, mas também de outras pessoas próximas do Mestre. A aparição dos personagens é gradual: Judas Iscariotes, por exemplo, só entra em cena a partir da segunda temporada.
A propósito das temporadas, estão previstas sete ao todo - e, ao longo delas, a meta da série é atingir 1 bilhão de espectadores, segundo a distribuidora Angel Studios.
Históricas bíblicas na TV aberta
Com o anúncio do SBT de incluir "The Chosen" na sua programação a partir de dezembro, a emissora acirra a sua disputa pela vice-liderança de audiência nas faixas noturnas com a Rede Record, que, por sua vez, tem veiculado reprises de suas próprias telenovelas bíblicas, produzidas a partir de uma perspectiva neopentecostal - e, em alguns casos, aludindo à Igreja Católica de maneira agressiva, conforme noticiado, à época, tanto por sites católicos quanto por portais voltados a entretenimento televisivo.
As tramas de inspiração bíblica da Record, cabe registrar, vêm perdendo apelo junto ao telespectador em comparação com o seu auge de sucesso de audiência. Entre 2015 e 2016, por exemplo, as produções da emissora pertencente ao fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edir Macedo, ameaçavam a liderança da Rede Globo no horário nobre. O marketing da Record as promovia como alternativa às novelas da Globo, cujos códigos morais são relativistas no tocante a conceitos como família, namoro, sexualidade, casamento, maternidade e paternidade, por exemplo.