Há poucos escritos de João Paulo I, especialmente porque o seu pontificado durou pouco mais de um mês. Para compreender mais plenamente este alegre papa, precisamos olhar para o seu tempo como Patriarca de Veneza e ler seus vários escritos dessa época.
Um desses tesouros é uma compilação de cartas que ele escreveu entre 1971 e 1975 para o jornal católico Messaggero di S. Antonio. Nele ele escreveu para uma variedade de personagens, incluindo figuras históricas, autores e santos.
Entre as cartas aos santos está uma encantadora carta a Santa Teresinha de Lisieux, em que João Paulo II lembra: “Eu tinha dezessete anos quando li sua autobiografia [História de uma Alma].”
João Paulo I continua dizendo o quanto isso impactou sua vida:
"Para mim foi como um raio vindo do nada... Parecia a história de uma 'barra de aço' por causa da força de vontade, da coragem e da decisão que dela emanavam.
Caminho do amor
No decorrer do texto, João Paulo I reflete sobre o pequeno “caminho do amor” de Santa Teresinha:
"Estou impressionado agora com a maneira como você amou a Deus e ao próximo…Você chama o seu caminho de “caminho do amor”… Amando o próximo, você se esforçou para prestar pequenos serviços, úteis, mas despercebidos, e preferir, quando possível, as pessoas que a irritavam e tinham menos em comum com você. Por trás de seus rostos pouco simpáticos, você procurava o rosto adorável de Cristo."
João Paulo I inspirou-se muito na vida de Santa Teresinha e elevou-a como um exemplo que todos deveriam seguir. Ele terminou sua carta com um belo parágrafo unindo todos os seus pensamentos:
"Teresa, o amor que você deu a Deus (e ao próximo, por amor a Deus) foi verdadeiramente digno Dele. Assim o nosso amor deve ser uma chama que se alimenta de tudo o que há de grande e belo em nós, que renuncia a tudo o que há de rebelde em nós; uma vitória que nos leva nas suas próprias asas e nos leva, como dom, a Deus."