Deixar que o Espírito Santo guie nossas vidas significa “não querermos pregar a nós mesmos, mas a Jesus Senhor,” afirmou o Papa Francisco durante a audiência geral na Praça São Pedro no dia 4 de dezembro de 2024. Continuando seu ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo, o Pontífice destacou como, para anunciar o Evangelho e a ressurreição de Cristo aos outros, é necessário sempre se inspirar no nosso primeiro encontro com o amor de Deus.
O Papa Francisco explicou que "a pregação de Jesus e, posteriormente, a dos Apóstolos, contém também todos os deveres morais que decorrem do Evangelho, desde os dez mandamentos até ao “novo” mandamento do amor. Mas se não quisermos cair no erro denunciado pelo apóstolo Paulo de colocar a lei antes da graça e as obras antes da fé, é necessário recomeçar sempre a partir do anúncio daquilo que Cristo fez por nós.”
Esse anúncio é chamado de “querigma,” ou seja, é a mensagem de que “Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar,” explica o Pontífice em sua exortação apostólica, Evangelii Gaudium, publicada em 2013.
Esse é “o anúncio principal” que os catequistas e cristãos devem sempre “voltar a ouvir de diferentes maneiras” e que devem “voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos,” explicou o Papa durante a audiência geral, enfatizando que esse anúncio é “o centro da atividade evangelizadora.” O Papa insistiu que o anúncio do amor de Deus deve ser feito falando das coisas que Ele realizou em nossas vidas.
“Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio,” insistiu o Pontífice.
Não colocar-se em primeiro lugar, mas deixar que o Espírito Santo opere
Dito isso, é preciso também ter cuidado para “não pregar a si mesmo,” mas deixar que seja o Espírito Santo a guiar a evangelização, ressaltou o Papa. “A pregação deve ser uma ideia, um afeto e uma proposta de ação. E não ultrapassar os 10 minutos, nunca, isso é muito importante,” explicou. E “ai de quem pregar sem rezar!” acrescentou.