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Atacado por uma onça, Yanomami fica sem sequelas por milagre de São Allamano

Sorino Yanomami índigena con Irmãs da Consolata

Sorino Yanomami atacada pela onça na floresta Amazônia

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Paulo Teixeira - publicado em 15/02/25
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Um milagre na Amazônia, Sorino, um índigena Yanomani foi atacada por uma onça na cabeça mas hoje não há nenhuma sequela.

No estado de Roraima, na Amazonia brasileira, o rio Catrimani corre em direção ao rio Amazonas em um percurso que enche de vida o território em que vivem mais de 20 mil indígenas. Em 1996 uma tragédia se abateu sobre os indígenas Yanomani. Como de costume, um grupo de homens saiu cedo para a caça. Entre as árvores, silenciosa, uma onça-pintada guardava seus filhotes e avançou sobre Sorino, um dos caçadores, com 40 anos na época. O felino com a mordida mais forte do mundo se agarrou ao indígena, mordeu sua cabeça e arrancou uma parte.

Assustados, os caçadores levaram Sorino até à comunidade das religiosas Missionárias da Consolata, instituição fundada em 1910 pelo padre italiano São José Allamano. As religiosas que eram enfermeiras ofereceram os primeiros socorros a Sorino. Irmã Felicita Muthoni, freira de origem queniana, recorda que limpou as partes atingidas, viu a gravidade dos ferimentos e enfaixou a cabeça do caçador até que se passassem as longas horas até que o socorro chegasse por avião.

O milagre

Levado até a capital, Boa Vista, a equipe médica constatou que seria muito difícil a sobrevivência de Sorino. Os indígenas tinham a preocupação que o homem morresse fora de sua terra e as missionárias pediram a Deus por um milagre. Pediram a intercessão do fundador da congregação, Padre José Allamano.

De forma inexplicável, os médicos que consideravam o ferimento na cabeça extremamente grave, viram o homem melhorar pouco a pouco, e se surpreenderam que apesar das graves lesões no cérebro, nenhuma sequela permaneceu em Sorino que hoje está com 69 anos e vive em sua comunidade Yanomami às margens do rio Catrimani.

A vida de Sorino hoje

Sorino voltou para sua aldeia e se reencontrou com sua família e amigos. A cura trouxe não apenas alívio físico, mas também renovação espiritual, reforçando os laços com sua cultura e tradições.

Ele se tornou um testemunho vivo da ação de Deus por meio da intercessão de São José Allamano. Sorino participa de celebrações religiosas e compartilha sua experiência com outros, inspirando fé e esperança em sua comunidade.

Hoje, Sorino pode ser visto engajado em atividades que promovem a cultura yanomami, seja por meio de rituais, artesanato ou na educação das novas gerações sobre a importância de sua herança cultural. Seu papel na comunidade é de um líder e exemplo de resiliência.

Sorino representa, assim, não apenas a cura física, mas também um símbolo de resistência, identidade e fé, mantendo viva a memória de São José Allamano e sua obra entre os jovens e aldeias.

São José Allamano

Em 1990 Padre Allamano foi declarado bem aventurado pelo Papa João Paulo II. Em outubro do ano passado, o Papa Francisco proclamou santo a José Allamano em cerimônia no Vaticano. O milagre exigido para comprovar a santidade foi justamente a sobrevivência sem sequelas do indígena yanomami Sorino.

Lideranças indígenas acompanharam a celebração e aproveitaram da ocasião para alertar que, além dos animais da floresta, os indígenas são ameaçados pela ocupação ilegal e pelo garimpo em suas terras. 

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