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Você conhece a história do hino do Vaticano ?

Pope Francis celebrates a mass on World Children's Day at St Peter's Basilica in the Vatican on May 26, 2024
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Camille Dalmas - publicado em 24/02/25
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Como Estado soberano, o Vaticano possui um hino nacional: a ‘Marcha Pontifical’. Foi adotada durante o Jubileu de 1950 graças ao Papa Pio XII.

No dia 25 de dezembro de 2024, logo antes do discurso Urbi et Orbi do Papa Francisco, dois grupos musicais iniciaram solenemente a ‘Marcha Pontifical’. Exatamente como aconteceu há 75 anos, quando o Papa Pio XII decidiu adotá-la como o hino do Vaticano, substituindo o hino anterior, a ‘Gran Marcia Trionfale’.

O Papa Pio IX comissionou o primeiro hino da história do papado em 1857, quando ainda governava os Estados Pontifícios. Esta obra alegre foi composta com ritmo ternário, no estilo vienense, por um certo Viktorin Hallmayer. A música era a paixão secundária deste austríaco, pois ele era, antes de tudo, comandante do 47º regimento de infantaria de linha, escolhido pelo imperador Francisco José I da Áustria para proteger o território papal da família de Savoia e seu aliado, a França de Napoleão III.

O hino teria sido tocado pela primeira vez durante uma viagem do papa a Bolonha (segunda maior cidade dos Estados Pontifícios na época) no dia 9 de junho de 1857, e depois em outras etapas de sua viagem por Ferrara, Ravena, Módena e Florença. Em Roma, os habitantes acolheram o novo hino com certa ironia, apelidando-o de "saltarello" - de "saltare", pular em italiano.

Gran Marcia Trionfale vs Marcha Pontifical

Dois anos depois, começou a segunda guerra de independência italiana, na qual os nacionalistas italianos e a França derrotaram os austríacos. Essa derrota levou ao desaparecimento progressivo dos Estados Pontifícios, culminando em 1870 com a entrada do exército italiano na cidade de Roma. E com os territórios do Papa, desapareceu também a necessidade de um hino, o que perdurou até a assinatura dos Pactos de Latrão em 1929, quando a ‘Gran Marcia Trionfale’ foi restaurada pelo Papa Pio XI.

Seu sucessor, Pio XII, de acordo com vários relatos, não gostava particularmente da melodia dançante da ‘Gran Marcia’. Ele preferia outra peça relacionada ao papado, a ‘Marcha Pontifical’ de Charles Gounod, caracterizada por uma tonalidade mais majestosa e serena.

Essa composição foi oferecida ao Papa Pio IX pelo compositor francês como um gesto de devoção filial. Foi apresentada pela primeira vez durante um grande concerto organizado na Praça São Pedro, por ocasião do jubileu sacerdotal de Pio IX em 1869. A peça fez tanto sucesso que já era citada como um "hino pontifical" pelo jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano na época.

Uma versão cantada

Jamais esquecida e ainda mais solene, a ‘Marcha Pontifical’ foi então escolhida por Pio XII para substituir o hino anterior por meio de um decreto datado de 16 de outubro de 1949, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1950. No entanto, a peça foi tocada já em 24 de dezembro de 1949, no dia da abertura da Porta Santa para o Jubileu de 1950, logo após a última interpretação da ‘Gran Marcia’. Para a ocasião, o organista da Basílica de São Pedro, Antonio Allegra, acrescentou letras em italiano à composição instrumental de Gounod.

Embora o hino seja raramente cantado, existe uma outra versão com letras em latim. Ela foi composta pelo cônego Raffaello Lavagna em 1993, por ocasião dos 15 anos do pontificado de João Paulo II, que também foi o ano do centenário da morte de Charles Gounod.

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