Maurício Moreira tem 55 anos. Aos 23 foi diagnosticado com glaucoma e apesar do tratamento, ficou totalmente cego aos 30 anos. O jovem que trabalhava com informática em Salvador (BA) precisou reaprender a viver. “A visão faz muita falta. A família e os amigos foram fundamentais para a superação. Deus me mostrou que se eu caísse, eles também cairiam”, contou Maurício à Rede Imaculada de Comunicação.
Superação
Com o esforço para se reabilitar, Maurício estudou Braille e as técnicas musicais para deficientes visuais. Tornou-se maestro e regeu corais em empresas, escolas e grupos da capital baiana. “Deus me deu a graça de andar na rua sem enxergar e a vontade de trabalhar da melhor maneira possível. Já tinha música nas veias desde a infância, me especializei em regência e fiz meus corais. Graças a Deus fiz muita gente feliz”, relata.
"Eu já tinha visto a santa"
Em 2012, já vivendo no Recife (PE), Maurício voltou à Bahia para o sepultamento da mãe e levou como lembrança uma imagem da Irmã Dulce. Ele já tinha se encontrado com a freira nas ruas de Salvador na infância e a família a havia ajudado com doações. "Eu já tinha visto a santa, ela passou diversas vezes no comércio da minha família. Aquela imagem da freira magra que andava pelo centro de Salvador sempre ficou em minha memória", conta Maurício.
Milagre
Depois de 14 anos de noites tão escuras quanto os dias, Maurício teve uma grave conjuntivite e a dor lhe afligia constantemente roubando até o sono. Numa madrugada, em meio às dores, Maurício segurou a imagem de Irmã Dulce que pertenceu a sua mãe e rezou com confiança pedindo o alívio para uma noite de sono. “Fiz a oração por volta das 4h da manhã, adormeci pela primeira vez em três dias, e quando acordei, às 8h, meu olho direito já dava sinais de vida. Aos poucos a nuvem que cobriu meu olho por 14 anos foi se dissipando”, recorda Maurício.
"O especialista não sabia como explicar, mas a fé explica"
Surpreso, ele procurou seu médico que imediatamente realizou uma avaliação. “O médico disse que meu olho não mudou nada, que estava examinando um cego e que o nervo continuava danificado. O especialista não sabia como explicar, mas a fé explica”, relata.
Maurício esteve presente em Roma na canonização de Santa Dulce dos Pobres levando seu testemunho que se soma ao de tantas pessoas que encontram graças de Deus por intercessão da santa baiana.