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Quem são os santos inocentes hoje em dia e como falar sobre eles?

HOLY INNOCENTS
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Edifa - publicado em 28/12/20
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A recordação da trágica morte das crianças menores de dois anos em Belém nos coloca diante de uma importante questão: o que fazemos pelos santos inocentes hoje em dia?Os santos inocentes de hoje em dia são as criancinhas que morrem vítimas do egoísmo e do orgulho dos mais velhos: crianças privadas de amor, privadas de comida, crianças maltratadas ou massacradas em todas as guerras do planeta, crianças vítimas de aborto … Ensinemos aos nossos filhos que não adianta chorar diante das imagens trágicas da televisão: o que vale é rezar e ser artesãos da justiça e da paz onde quer que estejamos. Tenhamos cuidado para não desperdiçar nem comida, nem nosso tempo, nem nosso talento. Vamos espalhar a paz ao nosso redor: se a guerra é contagiosa, a paz é ainda mais. Todos nós podemos reverter a guerra e a miséria, qualquer que seja nossa idade ou nossa posição social. Mais cedo ou mais tarde (muitas vezes muito cedo) nossos filhos vão enfrentar essa realidade e isso nos impõe algumas tarefas.

Primeira tarefa: ensinar informando sobre isso

Tem menos a ver com transmitir conhecimentos do que com transmitir amor. Por isso, os pais estão em melhor posição para falar com seus filhos sobre o assunto, mesmo que eles não sejam biólogos ou médicos. Por esse motivo, todos os cursos de “educação sexual” nunca substituirão uma conversa cara a cara com a mãe e o pai. O essencial para uma criança é entender que ela é uma pessoa única desde o primeiro momento da sua concepção. Explicar os primórdios da vida aos nossos filhos não é dar-lhes um curso de ciências naturais, mas considerar com fascinação o que foi sua própria história. “Eu te abençôo, Senhor, pela maravilha que eu sou!”

Segunda tarefa: estar disponível para responder todas as perguntas das crianças

Se os pais não responderem todas as perguntas dos seus filhos, eles procurarão as respostas em outro lugar. Claro, nem sempre é fácil encontrar uma resposta adequada porque não sabemos tudo e porque algumas realidades são muito duras ou só podem ser explicadas com muito tato. Além disso, as crianças têm a arte de fazer as perguntas mais delicadas no pior momento: enquanto você espera na fila do supermercado, David soletra conscienciosamente a palavra “camisinha” e, em voz estrondosa, pergunta se é chiclete; o Miguel escolhe a noite em que você vai jantar com alguns amigos para lhe contar as conversas muito interessantes que trocam no pátio do recreio … Mas se você esperar até amanhã para ouvir o Miguel ou responder ao David, corre o risco de chegar tarde.

Terceira tarefa: fazer o que puder pelos bebês em gestação e suas mães

É terrivelmente tentador cruzar os braços: “É um caso perdido, é um problema que nos ultrapassa”. É falso. Somos fracos, claro, mas como diz São Paulo “é então que somos fortes”. Nossa força é Jesus Cristo ressuscitado. Cruzar os braços seria como se a morte tivesse derrotado Jesus. Todos podemos rezar e isso não é pouco. Podemos jejuar porque existem “demônios [que] não podem ser expulsos, exceto por meio da oração e do jejum”. Todos nós podemos nos perguntar: o que posso fazer concretamente hoje? Não vamos tentar coisas complicadas. Lembremos as palavras da Madre Teresa de Calcutá: “Não cuido de multidões, mas de uma só pessoa. Se eu olhasse para a multidão, nunca começaria”.

No seio do “povo da vida e pela vida”, resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da sua própria natureza —  ser uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio — e da sua missão que é “guardar, revelar e comunicar o amor” (São João Paulo II, encíclica Evangelium vitæ,  do dia 25 de março de 1995).


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