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“Meninas cristãs são coisas. Abusar delas é um direito”

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Vídeo de propaganda do Estado Islâmico - captura de tela

Aleteia Brasil - publicado em 20/10/16

A estarrecedora realidade cotidiana das meninas cristãs escravizadas sexualmente por fanáticos muçulmanos - e não só pelo Estado Islâmico

A Open Doors é uma organização de direitos humanos que defende cristãos perseguidos. Emily Fuentes, diretora de comunicações da entidade, afirma:

Lamentavelmente, um número cada vez maior de mulheres é alvo de grupos terroristas (muçulmanos). Sabe-se de inúmeros casos internacionais de mulheres sequestradas, estupradas e obrigadas por grupos extremistas radicais a se converterem do cristianismo ao islã. Muitas delas são vendidas no mercado aberto. Essa crueldade não está ocorrendo somente no Oriente Médio, mas também na África e em muitos outros lugares. Em muitos desses países, as mulheres estão sujeitas à perseguição porque são consideradas cidadãs de segunda classe devido ao fato de serem mulheres. Sendo minoria tanto no gênero quanto na religião, as mulheres cristãs enfrentam dupla perseguição. Não temos um número exato, mas sabemos que milhões de mulheres estão sendo perseguidas… Nesses países dominados pelos muçulmanos, as mulheres cristãs são sistematicamente privadas da sua liberdade de viver e das necessidades humanas básicas“.

O tormento das mulheres não muçulmanas nas garras do Estado Islâmico é bem conhecido. Desde a conquista de Mossul, no Iraque, em junho de 2014, o número de meninas não muçulmanas que foram feitas reféns e assassinadas por se recusarem a ser escravas sexuais pode chegar a 250, principalmente yazidis e cristãs. Recentemente, 19 meninas yazidis foram colocadas em jaulas de ferro e queimadas vivas na frente de uma multidão de centenas de pessoas por se recusarem a ter relações sexuais com os fanáticos.

De acordo com um relatório publicado um dia depois de a Open Doors destacar a situação das mulheres não muçulmanas, “as mulheres religiosas pertencentes às minorias controladas pelo Estado Islâmico são frequentemente vendidas de um jihadista para outro. Quando os militantes se cansam de estuprar e abusar de uma determinada menina, eles a vendem a um dos seus grupos filiados para que eles também possam estuprá-la e abusar dela ao seu bel prazer“.

Uma menina yazidi explicou que foi “comprada e vendida por oito jihadistas diferentes. Fomos colocadas em exibição (em mercados de escravas sexuais). Os homens chegavam e ficavam olhando para nós como se fôssemos mercadorias. Era como se fosse um showroom de carros. As mulheres eram compradas por dinheiro vivo — apenas 20 dólares, ou trocadas por objetos como telefones celulares, ou oferecidas como presentes“.

Essa mesma menina foi estuprada pelo menos três vezes por dia durante mais de 16 meses por inúmeros combatentes do Estado Islâmico. Foi forçada a tomar anticoncepcionais e drogas para induzir o aborto. Tentou repetidamente cometer suicídio para escapar do abuso. Sua história não é a exceção: é a regra. A mesma tragédia foi relatada por muitas outras meninas não muçulmanas que conseguiram fugir.

Relatos recentes falam de “uma menina de 8 anos que foi comprada, vendida e estuprada por oito militantes diferentes em 10 meses”; de uma “escrava sexual que ateou fogo em si própria para evitar ser estuprada”; de um casal que, depois que seus filhos foram raptados pelos Estado Islâmico, atendeu à porta e achou num saco plástico as partes dos corpos de suas filhas e um vídeo que as mostrava sendo torturadas e estupradas junto com outras mulheres cristãs e alauítas massacradas pelos jihadistas que haviam invadido seu vilarejo.

Esse tipo de crime abominável não se limita a grupos como o Estado Islâmico e o Boko Haram — esta última é uma organização radicada na Nigéria que também se define em termos exclusivamente islâmicos e é notória por sequestrar, escravizar, estuprar e assassinar meninas cristãs.

Paquistão

Aproximadamente 700 meninas cristãs e 300 hindus são raptadas, escravizadas e estupradas no Paquistão a cada ano. São números extremamente altos, considerando-se que os cristãos e hindus compõem, cada um, apenas 1% da população do país, que é de maioria muçulmana.

Apenas quatro dias depois que a Open Doors denunciou o sofrimento das mulheres cristãs, dois homens muçulmanos no Paquistão invadiram a casa de uma mulher cristã cujo marido servia ao exército. Eles a amarraram e a estupraram ao mesmo tempo em que ameaçavam matar sua filha de 2 anos. A mulher, de 30 anos, conta: “Eles me trataram como se eu fosse um animal, dizendo que eu era uma cristã inútil… Disseram que todas as mulheres cristãs são prostitutas e que voltariam e repetiriam a devassidão se eu contasse a alguém o que tinha acontecido“.

Como ela é mulher e considerada “infiel” por não ser muçulmana, a polícia (e a lei) nada fizeram por ela. Na mesma semana, outras cinco meninas cristãs foram sequestradas, obrigadas a se converter ao islã e forçadas a se casar com seus sequestradores.

Já são incontáveis os casos de estupro e assassinatos de meninas cristãs — e às vezes de meninos cristãos — no Paquistão. Num deles, um muçulmano que violentou uma menina cristã de 9 anos se gabava de ter “feito a mesma coisa com outras meninas cristãs”, segundo depoimento de moradores locais: “Esse tipo de caso acontece com frequência. As meninas cristãs são consideradas bens que podem ser arruinados à vontade. Abusar delas é um direito. Na mentalidade da comunidade (muçulmana), isso nem sequer é crime. Os muçulmanos as consideram espólio de guerra“.

Egito

Situação semelhante acontece no Egito. Em julho de 2012, o parlamentar americano Chris Smith testemunhou a “escalada de sequestros, conversões e casamentos forçados de mulheres e meninas cristãs coptas. Elas estão sendo aterrorizadas e marginalizadas“.

O já falecido patriarca copta Shenouda III, líder dessa comunidade cristã no Egito, ressaltou a tendência ainda em 1976: “Há uma prática de converter meninas coptas para que abracem o islã e casem com muçulmanos sob ameaças terroristas“.

Somente entre 2008 e 2013, foram documentados no Egito cerca de 600 casos de sequestro, estupro e conversão forçada de mulheres cristãs. Desde então, a situação só piorou, conforme resume o título de um relatório de 2012: “Salto dramático no número de sequestros e conversões forçadas de mulheres cristãs coptas no Egito“.

Enquanto as jovens são estupradas, as mais velhas sofrem humilhações de outros tipos, mas também em contextos sexuais. Em 20 de maio, no Egito, arrancaram a roupa de uma cristã de 70 anos, que ficou completamente nua. Uma furiosa multidão muçulmana cuspia nela e desfilava com ela pelas ruas de Minya sob vaias, assobios e gritos de “Allahu Akbar” (“Deus é Grande”).

Uganda

Dois dias antes da publicação do relatório da Open Doors, muçulmanos em Uganda espancaram e estupraram uma cristã de 22 anos porque ela tinha acusado o dirigente de uma mesquita de assassinar seu pai numa discussão religiosa. No mês anterior, a filha de 13 anos de uma mulher que tinha deixado o islã para se converter ao cristianismo foi estuprada por muçulmanos locais, que lhe disseram: “Este é o segundo aviso à sua mãe por desonrar a fé dos muçulmanos“.

Europa

Mesmo na Europa, um número crescente de ataques sexuais e estupros está sendo cometido com a mesma “lógica” adotada pelo Estado Islâmico ou pelos fanáticos do Paquistão. Nas palavras de um migrante muçulmano que perseguiu, amaldiçoou e acariciou à força uma mulher na Alemanha, “as mulheres alemãs estão aí para o sexo“.

Mais casos

Indonésia: no que foi descrito como “o uso sem precedentes da lei islâmica (sharia) contra um não muçulmano”, uma mulher cristã de 60 anos de idade foi açoitada publicamente trinta vezes por vender bebida alcoólica.

Estado Islâmico: uma mulher cristã foi executada por militantes islâmicos por se recusar a negar sua fé em Cristo. O EI também perseguiu um grupo de freiras dominicanas, exigindo que se convertessem ao islã ou pagassem a jizya, tributo exigido dos “infiéis” com base no Alcorão, 9,29. “As irmãs idosas fugiram e começaram a sofrer ataques cardíacos e insuficiências cardíacas por causa da pressão do êxodo em massa. Nos últimos 18 meses, 23 morreram; houve semanas com até 3 mortes. Elas morreram de desgosto“, ressaltou a Irmã Huda.

Uganda: um homem muçulmano estrangulou a esposa até a morte por ela ter deixado o islã e se convertido ao cristianismo. Pelo mesmo motivo, outro muçulmano espancou e ameaçou matar a esposa enquanto gritava “Allahu Akbar”.

Uma importante observação final: as mulheres não muçulmanas são mais visadas do que os homens não muçulmanos para fins sexuais, mas isto não significa que os homens não muçulmanos sejam menos visados quando se trata de perseguição não ligada ao sexo. É o caso, por exemplo, das perseguições, prisões, torturas e cruéis assassinatos dos chamados “blasfemos” e “apóstatas”.

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A partir de texto de Raymond Ibrahim no site do Gatestone Institute

Tags:
Estado IslâmicoMuçulmanosMulherPerseguiçãoViolência
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