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Médicos alertam contra efeitos nocivos da ideologia de gênero

Catholic Medical Association

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John Burger - publicado em 13/09/23

A disforia de gênero é um transtorno psiquiátrico a ser tratado por especialistas em saúde mental em parceria com pais amorosos, afirma o grupo médico

Embora um princípio basilar da medicina oriente os médicos a “antes de tudo, não fazer o mal”, uma forma controversa de tratar a disforia de gênero está causando grandes males mundo afora, acusa uma organização norte-americana de médicos em novo relatório.

Na declaração “A Ideologia de Gênero Prejudica as Crianças”, a Associação de Médicos Católicos (CMA, pela sigla em inglês) afirma:

“O movimento de redesignação sexual é uma vasta e não regulamentada experiência que se baseia em estudos com elevada taxa de desistência, em estudos de controle não randomizados e em nenhum estudo de longo prazo após os primeiros cinco anos de intervenções estruturalmente e/ou funcionalmente mutilantes e de consequências de longo prazo e irreversíveis”.

Os pais e responsáveis ​​devem demonstrar amor incondicional se uma criança se declara “transgênero” ou pede “afirmação”, diz a associação, mas essa “afirmação” não deve ultrapassar os limites da natureza da criança como menino ou menina:

“Os pais e tutores devem ser livres para determinar a melhor forma de enfrentar este desafio com amor, por meio de um consentimento informado que não seja obstruído por políticas que neguem esse direito. O melhor é dialogar e permitir que a criança relate a sua percepção. Ao mesmo tempo, os pais devem informar gentilmente à criança os dados científicos corretos”.

Dados científicos

A CMA expõe esses dados científicos no relatório, publicado em 8 de setembro. Ela cita o American College of Pediatricians ao distinguir entre “gênero”, termo que se refere às características psicológicas e culturais associadas ao sexo biológico, e “sexo”, termo biológico que indica a masculinidade e a feminilidade. Gênero é um conceito psicológico, diz a CMA: “Identidade de gênero se refere à consciência que um indivíduo tem de ser homem ou mulher, referida como o ‘gênero vivenciado’ de um indivíduo”.

A disforia de gênero é a condição psicológica em que o indivíduo sente uma incongruência entre o gênero vivenciado e o sexo biológico, afirma a CMA. Esta condição está associada a vários níveis de ansiedade e infelicidade.

O entendimento tradicional da disforia de gênero infantil era o de que ela refletia um pensamento confuso por parte da criança”, prossegue a declaração. “A abordagem padrão era a espera vigilante dos pais com o acompanhamento de um especialista em saúde mental. Os objetivos da terapia eram abordar a patologia familiar quando presente, tratar quaisquer comorbidades psicossociais na criança e ajudar a criança a alinhar a identidade de gênero com o sexo biológico

Uma indústria

Mas já não é esta a abordagem padrão, registra a CMA – e uma verdadeira indústria de tratamentos de “afirmação” da disforia de gênero surgiu nos últimos anos.

Segundo o relatório da CMA, “o assim chamado ‘tratamento’ para a disforia de gênero nos EUA inclui a afirmação da confusão da criança, o bloqueio químico da puberdade, a alteração dos hormônios sexuais pelo resto da vida (testosterona para as meninas e estrogênio para os meninos) e cirurgias mutilantes”.

A associação continua:

“O protocolo consiste em afirmar a confusão da criança por meio da mudança de nome e facilitar a personificação do sexo oposto já aos 3-4 anos de idade. Em seguida, a puberdade é suprimida com análogos do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) aos 10-11 anos de idade. Os hormônios bloqueadores da puberdade ‘interrompem o crescimento ósseo, diminuem a densidade óssea, impedem no adolescente a organização e o amadurecimento cerebral dependente de esteróides sexuais e inibem a fertilidade’ (American College of Pediatricians, 2018).

(…) A alteração dos hormônios sexuais está associada a riscos perigosos para a saúde. A administração de estrogênio para meninos lhes traz o risco de desenvolver tromboembolismo, lipídios elevados, hipertensão, diminuição da tolerância à glicose, doenças cardiovasculares, obesidade e câncer de mama. As meninas que recebem altas doses de testosterona correm o risco de desenvolver lipídios elevados, resistência à insulina, doenças cardiovasculares, obesidade, policitemia e efeitos desconhecidos nos tecidos mamários, endometriais e ovarianos (American College of Pediatricians, 2018)”.

Se as crianças forem ainda além nos “cuidados de afirmação de gênero”, poderão ser submetidas a cirurgias mutiladoras, conforme continua a CMA:

“As cirurgias mutilantes para meninas incluem mastectomia bilateral, histerectomia e remoção dos ovários. Meninas de 14 anos chegaram a sofrer a remoção de seios completamente saudáveis (Rowe, 2016). Elas também podem ser submetidas à remoção da pele de outra parte do corpo para fixação na pélvis a fim de simular um pênis. A cirurgia genital para homens inclui a remoção dos testículos e a dissecção do pênis, bem como a sua inversão numa ferida pélvica (American Society of Plastic Surgeons)”.

Há frequentes alegações de que as crianças com disforia de gênero cometerão suicídio se não se sentirem “afirmadas” na sua decisão de transição de gênero, mas a CMA afirma que estas alegações não contam com embasamento científico.

A CMA afirma:

“É essencial que o tratamento concomitante seja ministrado por um especialista em saúde mental que aborde o transtorno mental da criança de acordo com a correta compreensão da natureza da pessoa humana. Os pais devem unir-se e trabalhar juntos para defender tratamentos apropriados e eficazes que afirmem verdades sobre a integridade da pessoa humana como uma unidade sagrada de corpo e alma”.

Tags:
CiênciaEducaçãoIdeologiaIdeologia de GêneroSaúdeSexualidade
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